Carlos Antunes

Carlos Roberto Antunes dos Santos, 79 anos, é professor de História e foi Reitor da Universidade Federal do Paraná entre 1998 e 2002. Filho do ex-treinador Ruy Castro dos Santos, o famoso Motorzinho, técnico que criou o célebre Furacão de 1949. Nos anos 50 e 60, jogou nos juvenis do Atlético, sagrando-se bicampeão paranaense. Foi colunista da Furacao.com entre 2007 e 2009.

 

 

As lições do futebol

30/04/2009


Ganhamos do Corinthians, hoje considerado o melhor time do Brasil!

Esta abertura de reflexão pode levar à interpretação de que não importa o placar mas sim o resultado de vitória. Entretanto, nas condições concretas do jogo os lamentos têm eco: ganhando de 3 a 0 e faltando 5’ ou 6’ para o final da partida, permitimos que o adversário fizesse dois gols e retirasse o brilho de uma vitória que seria épica.

Algumas observações devem ser feitas para que tenhamos uma dimensão do jogo, na minha visão:

1. O Geninho fez bem em mexer, ao retirar o Fransérgio que estava perdido em campo (praticamente jogamos com 10 o 1° tempo);

2. O Geninho fez mal em não mexer após os 30’ do 2° tempo (ao contrário do Mano Meneses que renovou o seu time com 3 substituições), quando o CAP caiu de produção e revelou uma preocupante falta de preparo físico. A partir daí, o Jairo e Raul passaram a jogar de gravatas vermelhas, com todas as línguas de fora;

3. O jogo comprovou que temos dois talentos, Wallyson e Raul, duas verdadeiras pedras preciosas que não necessitam de lapidação. Estão prontos para dar muitas alegrias à torcida rubro-negra.

A partir das dimensões acima, no frigir dos ovos, este resultado nos leva a entender que o melhor time do Brasil pode perfeitamente ser batido, mesmo em seus domínios, com Ronaldo & Cia. Ou ainda a considerar que um empate também nos é favorável, o que nos distancia daquilo que pode ser considerada esta noite como uma vitória de Pirro. Na próxima semana, provavelmente teremos pela Copa do Brasil, um jogo de Campeões do Paraná e S. Paulo.

Ao sofrermos o segundo gol do Corinthians, após entrarmos nos minutos finais ganhando com um placar elástico, fiquei pensando com os meus botões: temos que ser bons alunos para levar do jogo de hoje aquela sensação de que o futebol nos deu uma lição: nada está ganho e nada está perdido. Desta forma entendo que este recado do futebol deve servir como espelho para o jogo com o Cianorte: tudo está ao nosso alcance para o título, mas só não podemos vacilar. E no domingo, ninguém irá vacilar quando se joga o jogo da alma.


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