Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Duas leituras

28/04/2009


Para Platão haveria três virtudes (areté) que fariam bem a alma humana e através delas é que sairiam os bons governantes. Eles deveriam ter a sabedoria para ter retidão de caráter e utilizar a razão, deveriam também ter a coragem principalmente para a tomada de decisões e colocar seu povo sempre pronto para os embates, já que a sociedade vive em eterno conflito e deveria também ter a temperança, o bom senso, a alma sensível para conseguir alcançar seus desejos.

Confesso que até saber um pouco mais achava esse pensamento platônico meio vago e não concordava muito com a temperança, até porque ela era a característica atribuída somente aos trabalhadores, a força de trabalho da Grécia antiga e não aos pensadores, filósofos ou governantes. Mas um pouquinho mais de vivência parece nos abrir os olhos para realidades que a gente por vezes teima em não ver.

Nada está perdido! Longe disso aliás, pois das três equipes que ainda disputam o título do paranaense, somente o Atlético depende de si. Concordo com quem ficou muito chateado e eu mesmo me peguei começando a escrever mal traçadas linhas ontem ainda sob o efeito do chulé de bola que levamos de Marcelinho Paraíba & cia. limitada. Mas no título de Tri Campeão da Libertadores do poderoso São Paulo FC não está escrito que eles usaram com sabedoria diga-se, o regulamento a seu favor e não jogaram na casa do adversário. Consta nos anais da história que foram campeões em 2005 e ponto final!

Somente nós atleticanos contestamos o único título significativo da rica história do Coritiba que foi o único campeão nacional com saldo de gols negativo. O que consta é que no distante ano de 1985, após eliminar o fortíssimo Brasil de Pelotas, coube ao Bangu receber o alviverde paranaense e vê-lo campeão em pleno Maraca! Assim como nós mesmos atleticanos, comemoramos nosso único tri campeonato perdendo de 4 do time das diversas vilas e camisas coloridas em 2002. Quem foi campeão? O Clube Atlético Paranaense.

Não existe faixa manchada, não existe carimbo enquanto sequer se vestiu a faixa. Existe um título e que por justiça e mérito ficará com a equipe que fez mais pontos naquela fase que eu mesmo escrevi que não valia nada. E vale! E será por aquela fase preliminar do estadual que tivemos todas as vantagens que o regulamento, por mais mal redigido que tenha sido, nos conferiu e dele tiramos proveito.

Em hipótese alguma fecho meus olhos para os claros erros da equipe, erros e desacertos que critico com veemência desde nossa estréia no estadual, principalmente pelo fato da direção e Geninho acreditarem que, como num passe de mágica o Natal, reveilon ou as férias dos atletas os fariam aprender a jogar futebol, a termos um mínimo de qualidade do sofrível elenco atleticano. Obviamente isso não aconteceu e por isso mesmo vemos repetidas pelo terceiro ano consecutivo falhas e mais falhas de um time onde até não falta luta, determinação e que mostrou superação até mesmo domingo indo buscar um empate improvável, mas que peca pela simples falta de qualidade.

Nada está perdido e o título estadual que tanto queremos, pelo qual tanto lutamos depende somente de nossas forças e emanados de atleticanismo, imbuídos do espírito de ajuda mútua, criando a simbiose entre time/torcida venceremos domingo e vamos comemorar mais um título e dentro de nossa casa. E ficará gravado no pôster com os atletas, com a magnífica nação rubro-negra ao fundo: ATLÉTICO – CAMPEÃO PARANAENSE 2009, sem nenhuma observação em letras pequenas ou entre parênteses (é, mas perdeu de 4 dos coxinhas).

COPA DO BRASIL

Odeio esse torneio. Odeio por causa do Atlético e seu histórico de insucessos. Gosto de ver Juventude e Santo André calando um Maracanã lotado, de ver equipes fortes e tradicionais tendo que reverter placares ou indo para os penais e consagrar goleiros de times periféricos do Brasil. Odeio quando nós somos protagonistas e chega algum coadjuvante, sempre dentro de nossa casa e nos tira do torneio.

Odeio a Copa do Brasil e esse time não me faz criar expectativa alguma no torneio. Talvez até mesmo por isso, contra o badalado Corinthians do super craque Ronaldo a gente fique meio esquecido e consiga quebrar o serviço do time bandeirante. Quem sabe?

ARREMATE

“Só muda de idéias quem as tem” - Clevão


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