Sergio Surugi

Sergio Surugi de Siqueira, 66 anos, é Atleticano desde que nasceu. Neto de um dos fundadores, filho de um ex-presidente do Atlético, pai e avô de Atleticanos apaixonados, é doutor em Fisiologia e professor. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2009.

 

 

Que é isso, companheiro?

27/04/2009


Depois do Atletiba de ontem, tenho lido e ouvido muitas bobagens, justificáveis é certo, pois a emoção é combustível potente para a construção da bobagem. A maior bobagem dita e escrita é a de que o nosso eventual título já não vale nada. Que os coxas colocaram água no nosso chopp. Que o importante era ganhar o clássico, o resto é detalhe. Pois bem, vamos lá.

O regulamento deste campeonato não é injusto. Beneficia de forma acintosa a agremiação que na fase onde todos jogaram com todos, com igualdade de mandos entre si, foi disparadamente a melhor. O que há de injusto nisso?

Se agora entrou água no nosso chopp, o que diríamos do ano passado, quando os coxas foram campeões após uma derrota para o Atlético? A vitória Atleticana passou tão batida perante o título deles que, aposto, muita gente sequer lembra que vencemos aquele jogo. Mas o regulamento... Ah o regulamento! Deu a taça aos nossos rivais, apesar de que, na análise final dos números, tenha sido o Atlético o time de melhor aproveitamento.

Agora é possível que o regulamento nos favoreça, com a incrível diferença de que se nos tornarmos campeões vamos ser também o time com melhor rendimento no torneio.

Aliás, de regulamento que não nos falem os coxas. Foram campeões brasileiros em 85 graças a um regulamento esdrúxulo, onde os times participavam por convites e não por mérito e após uma série embaralhada de cálculos, saiu um campeão com menos de 50% (precisamente: 49,43%) de aproveitamento e saldo negativo de dois gols. Vá lá, no trajeto para o título eles eliminaram o Corinthians, o Joinville, o Sport Recife, o Galo e por fim o Bangu (na final a decisão foi por penais e que só chegaram a acontecer porque um gol legítimo do time carioca foi mal anulado pelo árbitro Romualdo Arppi Filho.).

Como os meu diletos leitores haverão de constatar, não existe grau de similaridade com o nosso terceiro lugar em 1983, quando eliminamos o São Paulo no Morumbi e só não fomos à final porque fomos afanados no Maracanã contra o Flamengo de Zico. Nem falarei de nossa campanha de 2001, pois aí seria covardia com os verdes rivais.

Enfim, deixemos de nos preocupar com os coxas. São eles que, por serem menores, levam a vida em função do Atlético. Como muito bem disse o Prof. Antunes em sua coluna neste mesmo site, o que nos importa é o título.

Não devemos nos abater ou jogar a toalha, ao contrário devemos aumentar o entusiasmo e a mobilização. Não será fácil o jogo contra o Cianorte, como não tem sido fácil a vida do Atlético ao longo de sua história. Mas com muita concentração, empenho e principalmente revisão severa de conceitos e convicções técnicas, vamos sair domingo de faixa e caneco. Como realmente interessa.

Em tempo: a prova de que os coxas vivem em função das coisas do Atlético é a quantidade de mensagens que tenho recebido de coxas que acessam o site e leem meus textos.


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