Carlos Antunes

Carlos Roberto Antunes dos Santos, 79 anos, é professor de História e foi Reitor da Universidade Federal do Paraná entre 1998 e 2002. Filho do ex-treinador Ruy Castro dos Santos, o famoso Motorzinho, técnico que criou o célebre Furacão de 1949. Nos anos 50 e 60, jogou nos juvenis do Atlético, sagrando-se bicampeão paranaense. Foi colunista da Furacao.com entre 2007 e 2009.

 

 

Chegamos lá

27/04/2009


Não foi neste domingo, mas será no domingo que vem. Não foi possível ganhar dos coxas como desejamos, mas muito acima disso está a conquista do campeonato. Na verdade o campeonato já foi decidido através de 3 resultados: 1. a goleada imposta pelo CAP ao Paraná; 2. a derrota inconteste dos coxas para o Iraty; 3. a derrota do Jotinha para o Nacional. Nesta semana, mesmo com o evento Corinthians, temos que pensar grande, cantar vitória, sem modéstia, para concretizar no domingo a conquista do título, pois, indiscutivelmente, fomos a melhor equipe ao longo do campeonato.

O jogo que eu vi no domingo parece ser diferente da visão de outros. Não considero, como muitos, que o CAP tenha jogado sem disposição e que "faltou vergonha na cara" ou que continuamos com um time de "frouxos" e "complexo de vira latas". Estas considero visões absolutamente primárias e tomadas à luz das emoções para análises deste Atletiba. Sobre o jogo acho, inclusive, que o time começou mal escalado e que Wallyson deveria começar jogando e que o Julio dos Santos não deveria ter sido substituído, mas sim o Jairo. Na primeira etapa aceitamos o jogo da pegada e não respondemos na mesma dose. Em síntese, fomos encaixotados e não soubemos sair de dentro das caixas. No segundo tempo, da conquista do empate até à marcação do impedimento que não houve, só dava Atlético. E o espírito de luta foi ativado numa potência máxima no 2° tempo, fazendo com que o CAP dominasse o jogo.

Na verdade, o campeonato poderia ter sido resolvido neste domingo não fosse o erro clamoroso enxergado apenas pelo bandeirinha, quando Rafael Moura e Wallyson em posições LEGAIS estavam frente a frente com o goleiro coxa branca. Ali certamente se concretizaria a virada, com a conquista do campeonato. Entendo que o errar é humano, mas este erro adiou por uma semana a chegada do título. Nesse sentido o CAP deveria pedir à FPF a exclusão deste auxiliar por justa causa, face à incompetência e o erro grosseiro. Não quero com esse episódio justificar a derrota como um todo, mas que indiscutivelmente foi letal e influiu decisivamente no resultado final. Enfim, em se tratando de erros de bandeirinhas não custa reforçar aqui o meu inconformismo com a anulação do gol de empate, feito de cabeça por Rafael Moura contra o Jotinha. Não houve nenhuma irregularidade no lance, não houve repetição do lance na TV, como também não houve nenhuma contestação por parte da crônica local (que continua dominada por cronistas coxa-branca). Acabamos comendo com mel a anulação de um lance legal.

Há mais de meio século como torcedor, sempre tive maior satisfação em ganhar dos coxas. Mas, nesta semana, nas minhas aventuras do pensamento, estava mais preocupado com o resultado de Rolândia do que com o Atletiba, porque este clássico sempre esteve nos domínios do imponderável. Portanto, a vitória do Nacional de Rolândia encerra toda e qualquer discussão. Chegamos lá e domingo é dia de faixa! Agora sim, podemos proclamar a crônica de uma vitória anunciada. E mais uma vez, gostaria de me dirigir à torcida atleticana, da qual sou um fervoroso integrante, e dar-lhes os parabéns pelos retumbantes incentivos de domingo.

Na verdade, nada existe sem vocês!


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.