Daniel Machado

Daniel Lopes Machado, 46 anos, é empresário e consultor em sistemas de informação. Considera os versos da sexta estrofe do hino atleticano, escritos por um ex-jogador, imortalizado em uma espontânea demonstração de amor ao clube, a mais bela poesia de todos os tempos: "A tradição, vigor sem jaça... Nos legou o sangue forte... Rubro-negro é quem tem raça... E não teme a própria morte!" Foi colunista da Furacao.com entre 2008 e 2010.

 

 

Atirei o pau no gato

24/04/2009


Aqui sigo gritando, em uma nota só, agora no ritmo do Pink Floyd: "Another brick in the wall". Outro tijolo na parede. E mais outro, e mais outro. E mais brita, argamassa, cimento, aço e concreto nas arquibancadas da Brasílio Itiberê. As obras não param. A todo vapor cresce a construção do lado de lá, preenchendo os sonhos atleticanos. Camisas e bandeiras rubro-negras farão o acabamento.

Enquanto isso, debaixo de uma goteira de urina, sofrendo de dor-de-cotovelo, alguns dizem: "Meio-estádio! Aquilo é um meio-estádio! Que tal um squash no paredão?" Como se fosse provocação. Como se não soubéssemos que precisamos antes de um meio para depois ter um inteiro. Afinal, antes um meio-estádio a um estádio meia-boca.

E a partir de julho, quando inaugurarmos o novo setor? O que dirão? Aos que não terão mais o que dizer, canto agora um "Atirei o pau no gato".

O pior é que Geninho já havia avisado na coletiva, depois da sapecada no Paraná: "Até esta rodada, jogamos sempre sob a pressão dos resultados obtidos por nossos adversários. Parece bobagem, mas não é fácil jogar com este peso nas costas. Hoje, vencemos bem e agora a responsabilidade é deles."

Pois o centagenário vacilou diante do Iraty. Derrubou o técnico. Entregou ao Furacão e ao Malucelli as maiores probabilidades.

Depois que perdemos a primeira partida da segunda fase, fomos bombardeados por gentilezas do tipo: "Fica, bunitão, pra ver o campeão." Àqueles bocudos, que gostam de comer a merenda antes do recreio, canto agora mais um "Atirei o pau no gato".

Pois é, atirei o pau no gato. Mas a sequência da cantiga é um alerta, o gato ainda não morreu. A Dona Caveira, por mais que se admire com o berro que o gato deu, MIAU!, não pode diminuir o fogo do caldeirão.

Rivalidade e brincadeiras a parte, devemos sempre respeito a quem quer que seja. Exigiremos seriedade de nossos atletas e muita raça. Que seja um clássico limpo, dentro e fora de campo. Que seja justo o resultado. Que vença o melhor time do campeonato.


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