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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Indo em frente
23/04/2009
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Devido a constante troca entre os casais famosos, celebridades e afins a anedota perde um pouco o sentido, mas mesmo assim é válida para ilustração: vale mais a pena ser um jacu como o Belo e “pegar” a Viviane Araújo, ou ser um galã como o Gianechini e acordar do lado da Marília Gabriela? Trazendo para o nosso mundo futebolístico, vale dar show como deu o Palmeiras e ser eliminado do Paulista por um Santos que conseguiu ser eliminado em casa pelo CSA, ou vale mesmo é jogar pro gasto como temos feito e estarmos vivos nas duas competições que ainda disputamos?
O Atlético ontem, mesmo com a partida nas mãos não nos dá aquela segurança de que está tudo sob controle. Bastou o gol do aguerrido e por vezes violento ABC para que os medos que vem atordoando a cabeça da fanática nação atleticana voltassem a ter voz, que antevíssemos uma possível zebra, pênaltis, pesadelos com Adap, Voltaço ou mesmo o simplório Corinthians Alagoano nos rodearam a mente mais uma vez. O time quis fazer um pouco daquilo que não sabe e quase se complicou.
Mas mesmo assim se classificou. E que sirva de lição para os jogadores, ávidos por lances bonitos e inócuos, como olhar para um lado e passe de canto de pé para o outro, ou como o toque que tentou de letra ou com o pouco espírito coletivo de Rafael Moura ao querer fazer mais daquilo que não sabe, que é bater pênalti na noite de ontem. Ou mesmo do zagueiro “Cristiano” Rhodolfo que acreditou em alguém que lhe disse que ele sabe driblar, que parece não querer cabecear a bola para não desmanchar seu moderno penteado, visto ter vacilado dentro da pequena área obrigando Galatto a praticar um milagre diante do Nacional, ver o atacante paranista errar bisonhamente o gol final de semana e ontem assistir o gol da equipe de Natal.
Concordo com a análise feita pelo amigo e hoje membro do corpo diretivo atleticano Marcel Costa. Tirando aí méis dúzia de times efetivamente fortes (e que mesmo assim tropeçam), não devemos nada pra ninguém, mas o time te que estar focado, com objetivo e esperto. E diante do fraco Paraná Julio Cesar mostrou que um banquinho de reservas não faz mal a ninguém, voltou com gás, fez bons lances, passe para o 2º gol, mas bastou se acomodar novamente (seu maior defeito), se esconder em campo para Geninho, que parece ter dado uma boa chacoalhada no pessoal colocar o incendiário Wallysson pro garoto entrar, driblar, meter gol e se garantir no jogo de ontem, onde foi o melhor e mais participativo em campo.
Nem de longe temos “time de sobra” diante do coxa que vem mordido depois das cobranças da torcida, aquela que se intitula maior e mais fiel, a que nunca abandona mas não coloca nem 10 mil quando não tem promoção e o time não lidera competições, mas uma torcida que quer ao menos tentar ter como única alegria do ano do CENTE NADA ver-nos não conseguir um campeonato cuja justiça final seria ficar conosco. Sem ter muito a perder e defendendo a honra de um clube com passado glorioso e nosso maior e histórico rival, o Coritiba se torna perigoso e os vacilos que o Atlético tem cometido em campo, por soberba, por excesso de confiança, por achar saber fazer bem aquilo que sequer domina amplamente, podemos ter uma desagradável surpresa domingo.
Há sim uma grande chance de sairmos já campeões, sequer nos importando com o jogo do diminuto time sem identidade mas que já é a terceira força do Estado. Mas para isso o Atlético tem que estar concentrado, seus jogadores sabedores de suas limitações e preocupados em conseguir o melhor de si, de extrair do íntimo de cada um aquele gás a mais, aquele pique, dividir a bola com aquela vontade, se emocionar com o grito da torcida, beijar o escudo, fazer o fácil, porque como dizem os chineses, o fácil é o certo, o certo é o fácil.
O Atlético fazendo aquilo que sabe e não tentando fazer aquilo que pensa saber passa de um time médio e ainda não confiável em favoritíssimo não só a conquistar o estadual, como ser a boa surpresa nas competições nacionais.
ARREMATE
“noite sem sono/
o cachorro late/
um sonho sem dono” - Distraídos venceremos, PAULO LEMINSKI
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