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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Vivemos num país de pedintes. O espírito de mendicância é grande, é algo quase cultural no Brasil, lugar onde se exigem muito os direitos, mas onde a falta de cidadania nos faz esquecer nossas obrigações. Aqueles que mais reclamam dos (graves) problemas de segurança, saúde e educação são justamente os que acabam em nada contribuindo para o sistema, porque são isentos de impostos. Os mais abastados contratam segurança, colocam seus filhos em escolas particulares e pagam planos de saúde privados. Além de sustentarem a máquina governamental através da pesada carga tributária nacional.
Fala-se da indústria da multa, mas até onde eu saiba toda indústria precisa de matéria prima, ou seja, se não se cometer ilícitos no trânsito, se forem obedecidas as normas a ela pertinentes, é meio que impossível sofrer suas penalidades! Enfim, reclama-se do caótico transito que enfrentamos na cidade, mas é só olhar pelo vidro e perceber o imenso número de pessoas que estão sozinhas nos veículo, levando-se em conta que há casas onde cada membro da família possui um carro. Aí é difícil se criticar o coletivo, quando não se faz o mínimo individual!
Há cerca de duas semanas multiplicam-se e-mails de atleticanos questionando o que fará o clube com os despossuídos, os descamisados, perguntam se o Atlético será injusto e desumano em não ter uma solução de venda de ingressos para aqueles que não são sócios. Longe de ser porta voz do clube, de representar uma direção em que sequer votei mas que legitimamente está no poder, tomando muitas das medidas pelas quais vinha lutando há anos, mas que ainda deve no campo futebolístico, deixo minha humilde opinião aqui.
O que seria justo afinal? Justo seria deixar de fora eu ou os cerca de 12 mil sócios que “roemos o osso” como diria Bob Fernandes durante a temporada, aqueles que foram a jogos na primeira fase e que nada ou quase nada valiam? Justo seria eu ficar de fora justamente do Atletiba que pode ser O jogo do campeonato porque não teria como madrugar na fila para comprar o ingresso? O justo, o correto seria cair na mão de cambistas, cada vez mais afastados da Baixada devido ao plano de sócios ser um sucesso?
Entendo a justificativa daqueles que efetivamente sentem dificuldade em desembolsar mensalmente R$ 50 para entrarem no quadro social do clube. Por outro lado, se não é possível despender R$ 50 para ser sócio é difícil imaginar que haja disposição para ver uma única partida pagando R$ 40. Aliás, acho que há uma certa confusão entre os antigos “pacoteiros” e os atuais sócios, pois os benefícios implícitos e explícitos em fazer parte do corpo associativo do clube vão muito além daquele óbvio em ter um lugar reservado no Joaquim Américo nos jogos do Atlético, concorrendo a sorteios, tendo descontos especiais e principalmente tendo direito a votar e ser votado dentro da vida política do Atlético depois de cumpridos os prazos estatutários.
O Atlético, no meu entendimento, não vai ser justo ou mais justo com esse ou com aquele torcedor. O clube simplesmente dará o privilégio ao torcedor que acreditou mesmo sem ver o time, que vai ao jogo independentemente do adversário, que primeiro paga para depois cobrar, o clube vai “retribuir” um benefício aquele que ao menos financeiramente se mostrou interessado em ajudar o clube. A meu ver isso é questão de justiça.
Concordo entretanto com a crítica que é estranho termos e propagarmos 20 e tantos mil sócios e vermos lugares sobrando em muitos jogos, onde o público presente pouco passa de 13 mil pessoas. O clube deve o quanto antes ter um sistema no qual o sócio que não for ao jogo disponibilize sua cadeira para que outro atleticano compre o ingresso para aquela determinada partida, mas parte também do sócio o atleticanismo suficiente para emprestar seu smart card para alguém que possa ir em seu lugar e ocupar a cadeira cantando, vibrando e ajudando o Furacão nas conquistas dentro de casa.
Um estádio repleto somente de sócios evitará também episódios lamentáveis quando vemos os “turistas” que na verdade vão ver o São Paulo, Corinthians, Flamengo ou o Vasco dentro de nossa casa. A Baixada é dos e para os atleticanos e ninguém é mais atleticano que ninguém, mas o direito do sócio deve ser respeitado.
DIFERENÇAS
Vinha pensando sobre isso e me recordei de um texto escrito na metade de 2007 sobre o Porque do Atlético ter tão poucos sócios. Quanta diferença!!
DETALHE
Quem sabe agora que o Finasa deixou de patrocinar a equipe de vôlei de Osasco e existe a grande possibilidade da Brasil Telecom não mais colocar dinheiro na equipe de Brusque a Rede Globo, a mesma que nunca descreveu nosso estádio na época de naming rights de Kyocera Arena ou aquela que dá closes indecentes que focalizam as acnes dos atletas para não mostrar os patrocinadores, começará a chamar a equipe de futsal catarinense de Malwee ou quem sabe o time de vôlei carioca de Rexona e não mais subtraindo o nome dos patrocinadores que querem resultados além dos campos e quadras, mas também na mídia.
Depois não adianta fazer matérias dizendo que o Brasil só não é uma potência olímpica por falta de apoio!
ARREMATE
“O menino esperava sua mulher chegar/
E andava todo dia em cima do mar” - Amor de muito, NAÇÃO ZUMBI.
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