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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Copa do Brasil
08/04/2009
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Nunca havia visto o Atlético decidir nos penais até um tempo atrás. No máximo aquelas partidas do Brasileiro de 1988 que quando empatadas nos 90 minutos, decidiam-se nos pênaltis. Tínhamos um time que errava demais nesse fundamento, mas Marolla, meu primeiro grande ídolo com a camisa rubro-negra tratava de garantir mais um ponto além do empate. E ver pela tv uma decisão de pênaltis, ainda mais quando não se torce por nenhum dos times em disputa, é divertido e emocionante.
Mas quando é com o time da gente a coisa muda de figura!
Lembro até da primeira vez que me falaram isso. Meu grande amigo Fabiano “Doizinho” me atentou ao fato quando o seu coxa decidiu um torneio em 1997, um tal “Festival Brasileiro de Futebol”, cuja final seria em Campo Grande ou Cuiabá, não lembro, mas acabou no Couto Pereira, por estar presente o Coritiba que enfrentou o Botafogo. Lógico que eu e os amigos atleticanos tirávamos sarro, o torneio foi uma consolação para os eliminados daquele brasileiro e Celso Portioli fazia sorteios durante a partida e nos intervalos como se o jogo fosse mais uma atração do Baú da Felicidade. Mas a partida acabou empatada e o alviverde venceu nos penais. E por mais insignificante que tenha sido a conquista, ele me contou da tensão, da apreensão, do nervosismo em assistir seu time disputar nos pênaltis.
Não à toa vimos muitas disputas que acabaram nos pênaltis na última década. Só disputa, só perde quem chega até lá e devido ao crescimento do Atlético passamos a não somente figurar, mas a disputar os campeonatos. Assim fomos eliminados em nossa primeira Libertadores, assim deixamos escapar uma vaga que parecia certa na Copa do Brasil diante do Botafogo no Pinheirão em 99, assim o Corinthians Alagoano nos tirou desta mesma competição ano passado. Talvez por isso eu não goste deste torneio, talvez seja trauma!
Mas este ano vejo a Copa do Brasil com outros olhos. Nem de longe estamos entre os 10 maiores candidatos ao título, não se levando em conta que temos algumas das mais fortes equipes fora do torneio por estarem na Libertadores. Se a grande imprensa sempre nos colocava como possível time de chegada, hoje ou somos desprezados ou simples e solenemente ignorados por não termos muita história para contar na Copa do Brasil. O que pode até mesmo ser bom.
Se nos últimos tempos temos sofrido com as zebras, por que não sermos a zebra da vez? Por que não, se passarmos pelo ABC de Natal, sermos os azarões a tirar do caminho da taça o badalado Corinthians de Ronaldo Fenômeno, ou do centenário Internacional de Nilmar e D´Alessandro? Se esse raio já caiu sobre nossa cabeça e mais de uma vez, por que não lançarmos para cair na cabeça de outro, ao menos este ano?
Hoje, por força do destino talvez Geninho tenha que se ver obrigado a escalar um Atlético que ainda não foi a campo, mas que pode ser nossa melhor opção. Chico não é mau zagueiro, mas é muito melhor volante, quem sabe ele ali mais adiantado possa fazer melhor a cobertura de Netinho, que sem ter que voltar tanto para marcar possa voltar a jogar bem e fazer a torcida parar de pegar um pouco no seu pé. Fransérgio pode ser o segundo volante de qualidade, o que sai pro jogo e desafoga o time que vivia de chutões, enquanto Marcinho é o meia atacante, o antigo “ponta de lança” como eram Zico ou Roberto Dinamite, aquele que tem qualidade para ir com a bola desde o meio e que aparece pro arremate ao lado do atacante matador, no caso Rafael Moura.
Por força do destino, talvez Geninho dê uma cara mais forte e este time e nos dê o rumo que pode nos levar a conquistar essa Copa do Brasil. Quem sabe?
ARREMATE
“Evite Meu Amor/
Recuse os braços meus/
Evitarei os beijos seus/
Culpado foi o destino”. Evite meu amor, CARTOLA.
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