Rafael Lemos

Rafael Fonseca Lemos, 49 anos, é atleticano. Quando bebê, a primeira palavra que pronunciou foi Atlético, para desapontamento de sua mãe, que, talvez por isso, tenha virado coxa-branca. Advogado e amante da Língua Portuguesa, fez do Atlético sua lei e do atleticanismo sua cartilha. Foi colunista da Furacao.com de 2007 a 2009.

 

 

Desesperar jamais

02/04/2009


Nem advogado, nem professor de Português, nem jornalista e tampouco colunista: o que eu queria ser mesmo era locutor de rádio. AM ou FM, pouco importa, eu queria mesmo era comandar um programa daqueles em que o ouvinte liga, conversa com o locutor e depois dedica uma música para quem ama.

Acho que já contei essa história, então já vou partir logo para os finalmentes. Lanço mão, uma vez mais, desta coluna para levar ao ar a “Rádio Furacao.com Você”, conferindo-me a liberdade de escolher as músicas, dedicar àqueles que eu amo e àqueles que eu não sou muito fã, tudo sob o patrocínio da Arena Store, a loja oficial da Paixão Rubro-Negra.

1ª Canção do Dia, de mim mesmo para o Marcos Malucelli, que ia investir em chuteiras e até agora nada. "Como é Que eu Posso?", um samba de Cartola para cartola:

Como é que eu posso,
Cozinhar sem banha,
Sem cebola e alho,
Sem vinagre e cheiro,
Como é que eu posso,
Ter bom paladar,
Sem você deixar,
A grana pros temperos.

Pois fique sabendo,
Que o feijão bichado,
E o arroz quebrado,
Que alguém lhe vendeu,
Já despejei tudinho no terreiro,
Veja bem o dinheiro,
Que você perdeu.

Ou você acaba com essa economia,
Ou então acaba-se nossa amizade,
Já reclamo isso quase todo dia,
Você me responde com simplicidade.

É que a cebola minha filha, está soberba,
O alho e o vinagre cada vez subindo mais,
Peça emprestado cada dia a uma vizinha,
Ou continua fazendo, sempre como você faz.

2ª Canção, de mim mesmo para o Elenco Atleticano, que hoje vai fazer a diferença, "Desesperar Jamais" de Ivan Lins (o sujeito é chato que chega a doer, mas tem umas musiquinhas que se salvam):

Desesperar jamais
Aprendemos muito nesses anos
Afinal de contas não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo

Nada de correr da raia
Nada de morrer na praia
Nada! Nada! Nada de esquecer

No balanço de perdas e danos
Já tivemos muitos desenganos
Já tivemos muito que chorar
Mas agora, acho que chegou a hora
De fazer Valer o dito popular
Desesperar jamais
Cutucou por baixo, o de cima cai
Desesperar jamais
Cutucou com jeito, não levanta mais

3ª Bela Página musical desta tarde fria e cinza de quinta-feira. De mim para o Geninho, que tanta resistência tem em relação aos bons meninos da base. Desta feita no oferecimento da Camisaria Varca, "O Meu Guri":

Quando, seu moço
Nasceu meu rebento
Não era o momento
Dele rebentar
Já foi nascendo
Com cara de fome
E eu não tinha nem nome
Prá lhe dar
Como fui levando
Não sei lhe explicar
Fui assim levando
Ele a me levar
E na sua meninice
Ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí! Olha aí!

Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!

E no fecho desta programação musical, só para não perder o costume, vai de mim mesmo para a coxarada, de autoria da Caveira e com os abraços de sempre:

Atirei o pau nos coxas
E mandei tomar no cu
Coxarada filha da puta
Chupa rola e da o cu
Hey! Coxa! Vai tomar no cu!

P.S.: Ainda cabe a "derradeira" da programação: "O jogo é hoje/Ah nosso time não pode perder/Se não puder na bola/Não dá bola/Entra de sola/Que a torcida não quer nem saber" (Paulinho Nogueira).


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