Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Eu tenho pena dos sócios, tenho pena do torcedor

01/04/2009


No dia 15 de janeiro de 2008, o Clube Atlético Paranaense lançou a campanha de adesão dos sócios. Intitulada Sócio Furacão ela teve um início tumultuado com a pane no sistema. Depois engrenou e caminhou sozinha, chegando hoje aos 20.252 sócios, com 21.389 cadeiras comercializadas.

Números que atestam a paixão do torcedor rubro-negro. Bastou a realização de um bom projeto e o torcedor em momento algum deixou de apoiar.

Porém, esse mesmo torcedor que se associou, no início de 2008, em campo não teve muitos motivos para sorrir e comemorar.

Desde o lançamento do plano de sócios, até o momento, quem foi a Baixada, passou seu Smart Card na catraca e sentou-se na sua cadeira viu apenas dois jogos dignos de lembrança.

Foram eles: O Atletiba da final do Campeonato de Paranaense de 2008, quando mesmo jogando bem, o Atlético acabou perdendo o título para o Coritiba, em uma falha do bom (mas não titular) goleiro Vinícius. A outra partida foi o jogo final do Campeonato Brasileiro, contra o Flamengo, quando decidíamos se ficaríamos na primeira divisão ou iríamos acompanhar o nosso quase vizinho Paraná na segunda divisão.

Não podemos admitir que, um clube da primeira divisão nacional não tenha dois laterais, um para cada lado. Não podemos admitir que uma equipe, com orçamento anual na casa dos 45 milhões, não consiga ter um meio de campo que crie oportunidades de gol para os atacantes.

Não dá para admitir que o quarto clube com mais sócios do Brasil, resuma seu jogo ao chutão dos zagueiros e a cruzamentos de bola parada.

Enfim, um clube com a estrutura, com a torcida que tem o Atlético em hipótese alguma pode, em quase um ano e meio, fazer apenas dois jogos em que mostra alguma qualidade técnica.

Culpados? Todos que pelo clube passaram ou passam. Todos têm a sua parcela de responsabilidade: jogadores, treinadores e dirigentes.

Na véspera do jogo contra o Flamengo, que definiria nossa situação no campeonato acabei tendo um pesadelo de que o Atlético perderia o jogo por 1 x 0 e os demais resultados nos levariam a segunda divisão. Graças a Deus o pesadelo não se concretizou. Porém pode ter sido um aviso, com um ano de antecedência. Se o clube não mudar, infelizmente o pesadelo pode acabar virando realidade.


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