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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Estava tentando lembrar se já não havia escrito uma coluna com o mesmo título, pesquisei e achei uma de 31 de julho de 2008, que pode ser lida clicando aqui. Bem, lá eu lamentava a falta de qualidade do time, o baixo investimento em jogadores que viessem para resolver, o apoio incondicional da galera mesmo com um time péssimo em campo. De diferente, somente o fato de que depois daquilo houve uma aproximação da direção com a torcida e que temos um treinador de verdade, ainda que esteja sendo muito teimoso e errando mais do que o normal, tendo sido ontem diante do bom Jota, engolido taticamente.
Ontem apresentamos mais do mesmo, na verdade mais da mesma. Da mesma mediocridade que tomou conta do Atlético desde 2006. Achei que essa direção atual, ainda que amplamente apoiada pela sua antecessora pudesse mudar esse panorama, visto ter prometido investimento em chuteiras. Ou é tímida demais ou é mentirosa, porque o que vimos até agora foi uma única contratação que gerou expectativa e que infelizmente por enquanto ainda não deu os resultados que esperamos, já que Marcinho está jogando não muito mais que seus companheiros.
Companheiros que estão fazendo mais do mesmo. O mesmo futebol burrocrático (com dois ERRES mesmo) do ano passado, alguns ainda com o mesmo futebolzinho de 2007 para refrescar a memória. O mesmo jogo manjado de bola alçada na área, de escanteio a meia altura no primeiro pau ou aquele curtinho que bate-recebe e chuta no adversário ganhando um lateral que será cobrado na área, sequer chega na zona do agrião e é espanado pelo beque rival. Aquele mesmo futebolzinho que não consegue guardar um gol de falta direto pro gol, aquele em que três zagueiros ficam atabalhoados dando chutões, mesmo quando estão sozinhos e conseguem, mesmo em três para marcar somente um adversário, deixar o sujeito cabecear livre dentro da pequena área.
O Atlético 2009 faz mais do mesmo. Do mesmo futebol de ilusões que vence a primeira fase contra times semi amadores formados às pressas e mantém invencibilidades, quebra recordes, termina em primeiro, mas que quando chega na hora decisiva, com o torneio já mais nivelado, sofre a duras penas para conseguir algo mesmo com o apoio da galera em casa.
É mais do mesmo! O mesmo time derrotado, fracassado, o mesmo time que vem quebrando (negativamente) todos os tabus dentro do Santuário Sagrado que é o gramado da Baixada, o mesmo time que não vence e quando o faz não convence. Me admira que a direção e mesmo Geninho achem que esses mesmo jogadores que quase nos jogaram na valeta da 2ª divisão nacional fossem aprender a jogar durante as férias, que na passagem do reveillón , como num passe de mágica se tornassem bons jogadores com capacidade de obter bons resultados em 2009, já que em 2008 nada mais fizeram do que evitar uma catástrofe anunciada.
Vemos a repetição do mesmo filme e infelizmente tanto direção quanto o comando técnico parecem esperar que o Espírito Santo, que Quetzalcóatl ou sei lá que outra divindade ou força espiritual ensinem esse elenco a jogar o mínimo de futebol que se espera de um time do tamanho do Clube Atlético Paranaense. Mudanças urgem, senão será mais um ano do mesmo.
PISADA NA BOLA
Pisada 1: já critico Geninho há algumas rodadas. Se usamos a 1ª fase para experiências, elas deveriam trazer resultados práticos. Explico: uma experiência que dá errado a gente descarta e não repete; fazemos outras, separamos as de melhores resultados e com ela é que trabalhamos.
Geninho já deveria ter reparado que 3-5-2 sem alas é igual torcida do Paraná Clube: não existe! Sem alas e com 3 zagueiros jogando em linha, sobrecarregamos o meio campo, perdemos TODOS os rebotes, quer sejam ofensivos quanto defensivos e deixamos nosso único meia de articulação facilmente marcável. Um 4-4-2 mais coeso, talvez colocando o paraguaio Julio dos Santos, que mesmo lento, por vezes preguiçoso tem muito mais qualidade que os o restante do time, possamos fazer com que uma mísera bola chegue em condições de Rafael Moura arrematar a gol. Senão viveremos dos chutões dos zagueiros, ou da esperança que Netinho acerte um entre 9201378219838721903 cruzamentos que faz por partida e possamos comemorar um gol.
Pisada 2: com amigos a gente joga junto, defende com unhas e dentes, é leal e fiel. Mas também critica quando tem que criticar. Adoro ir na Fanáticos, sempre tento entender algumas iniciativas e posições da organizada mas ontem, na minha opinião de sócio (to inadimplente, eu sei!), frequentador da sede e torcedor quase sempre instado e emitir opinião sobre coisas do clube que amamos, achei que erraram e feio.
Vaiar um jogador durante a partida já é errado. Aliás, esse é um dos diferenciais que sempre tivemos em relação as demais torcidas, o apoio incondicional e ajuda ao time mesmo nas derrotas, mesmo com um futebol mediocre como o de ontem. Concordo que Netinho e Alberto vem atuando abaixo da crítica e se este ao menos a gente vê tentar, aquele se esconde do jogo e irritantemente quer ser o cobrador oficial de tudo mesmo quando visivelmente está numa fase em que mais erra que acerta. Mas ter grito ofensivo diretamente a jogador que está em campo, com certeza não ajuda em nada! Não me pareceu uma crítica oportuna e muito menos justa, já que nosso ídolo e venerado Geninho também vem errando bastante, mas é poupado (no que concordo).
Há maneiras mais inteligente e eficiente de cobrar, como indo até a direção e pedindo pra comparecer num treino, falar com o treinador, com o capitão, cobrar e ver o que está acontecendo, pois é nítida a decadência do time em campo. Apupar ofensivamente jogadores do próprio time durante um jogo em casa não é a melhor maneira de tentar resolver este grave problema que estamos passando.
ARREMATE
“Raspas e restos/
Me interessam/
Pequenas poções de ilusão”. Maior abandonado, CAZUZA.
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