Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

Bandeira branca

09/02/2004


Depois de quase um mês de muita discussão e boatos de uma suposta transferência do meia Adriano, chegou a hora de se definir o rumo do maior ídolo do atual elenco atleticano. Particularmente, acredito que se houvesse um entendimento entre o jogador e o técnico Mário Sérgio, o Atlético sairia ganhando. Hora de lançarmos a bandeira branca e pregarmos o slogan "paz e amor" lá para os lados do CT do Caju.

Adriano é um grande jogador. Tenho certeza que, se cumprisse as determinações do Mário Sérgio e realizasse os trinta dias de pré-temporada (na companhia de Dagoberto), quando estivesse em forma seria o titular do time. Mário Sérgio não é burro, sabe que o Atlético só tem a ganhar com Gabiru em campo.

"Mas ele pediu para sair, disse que aqui não joga", diriam-me alguns. Eu nunca ouvi essas palavras da boca de Adriano. Li e escutei muito disse-que-disse de uma imprensa não muito confiável, que adora criar falsos boatos e pseudo-crises para vender alguns exemplares a mais. Assim como Mário Sérgio, Adriano também não é burro. Ele sabe que está num grande clube do futebol brasileiro, capaz de lhe dar toda a projeção nacional que almeja (inclusive já chegou à Seleção Brasileira defendendo as cores rubro-negras) e, principalmente, sabe que aqui tem o apoio da torcida.

Adriano é ídolo e isso é fato, ninguém pode duvidar ou contestar. É tão ídolo que muita gente até hoje defende a idéia que o Atlético deveria lançar mão do treinador (que anda fazendo um belíssimo trabalho no clube) para ficar com o atleta.

Neste momento, o Atlético precisa tanto de Mário Sérgio quanto de Adriano. O time está bem, está vencendo, mas poderia estar ainda melhor se tivesse novamente nosso ex-camisa 8, o comandante, o cérebro do nosso meio-de-campo. Por outro lado, não se deve abrir mão também de Mário Sérgio - competente e estrategista, que certamente levará o Atlético para o caminho das vitórias, assim como fez em 2001, arquitetando o time que foi Campeão Brasileiro.

Depois de muito tempo, parece que estamos vendo novamente a coerência bater à porta do CT do Caju. Coerência num trabalho com planejamento, com metas bem definidas. Mário Sérgio adotou, acertadamente, a linha do profissionalismo. Palmas para ele. Mas se estamos defendendo tanto esse tal profissionalismo, porque não radicalizarmos e querermos os melhores profissionais dentro do clube? Mário Sérgio e Adriano não precisam ser amigos, precisam ser profissionais, um respeitando o outro. Chegou a hora dos dois sentarem à mesa e lavarem a roupa suja. E, imitando aquele repórter, "estando bem para ambas as partes, ficará melhor ainda para o Atlético".


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