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Rodrigo Abud
Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.
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Apenas uma história
18/03/2009
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Posso afirmar que mesmo não sendo o clube mais antigo do estado, o furacão é o clube com a maior quantidade e com as melhores histórias.
Torcedores sÃmbolos como o Coronel, jogos épicos como a final com o São Caetano, grandes invasões da massa rubro-negra como na final da Libertadores em Porto Alegre, derrotas históricas como o Atletiba de 1995 que foi responsável por tornar o clube a potência que é hoje e o falecimento de um presidente no campo de jogo, entre vários outros causos referendam isso.
E nessa coluna vou contar mais uma das histórias sobre o Atlético, sobre dois fanáticos torcedores atleticanos. Como um prefere não ser identificado e o outro eu não sei o nome, então o chamarei de Sebastião.
Enfim, Sebastião acompanha o Atlético há muito tempo. Já viu jogos em várias cidades e tem no Atlético uma das suas paixões (famÃlia e namorada são as outras) e a sua paixão e bom coração é que ditam o ritmo desse conto.
Diferente deste que vos escreve, Sebastião tem um hábito: guardar moedas. Do troco do ônibus, aos últimos dÃgitos do seu polpudo salário todas as moedas vão para a sacolinha guardada no quarto.
Toda sorte de dinheiro metálico recheava a sacola, eis que em um dado momento o volume precisava ser descartado, e aà o que fazer? Sebastião resolveu doar as moedas para quem realmente precisa.
Optou por fazer a entrega segundo um simples critério. O primeiro pedinte que avistasse seria o beneficiado com a sua ação. Regra simples, clara, sem firula, que inclusive evita que a decisão tenha que ser tomada no STJC (Superior Tribunal de Justiça da Caridade).
Sebastião saiu de casa com o radar ligado, procurando quem seria o agraciado com o pouco que ele daria, mas que é muito para quem recebe.
Subiu por exatas 6 quadras e eis que surge o contemplado: Barba por fazer, cabelo no melhor estilo black power, bermuda, as legÃtimas no pé e no peito a camisa rubro-negra.
Ele não teve dúvidas, parou o carro, interpelou o cidadão e fez a sua oferenda. O agraciado abriu um belo e desfalcado sorriso e voltou para sua dura rotina. O rapaz que recebeu a oferta não sabia porque aquilo aconteceu, mas o olhar fixo de Sebastião em sua camisa deu uma grande pista.
O que ele fez com as moedas? Ninguém sabe.
Mas podemos ter certeza que, estando nas mãos de um torcedor atleticano, ficou com alguém realmente diferenciado, apaixonado e acima de tudo, mesmo não tendo grande condição financeira, um torcedor fanático.
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