Fernanda Romagnoli

Fernanda Romagnoli, 51 anos, é atleticana de coração, casada com um atleticano e mãe de dois atleticanos. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2009.

 

 

Volante paraguaio

18/03/2009


Não sei direito quando foi que a boa impressão começou, mas das vezes que me lembro de tê-lo visto jogar, lembro de duas situações distintas: A primeira foi o começo, meio apagado, lento demais e sem muito “dizer a que veio”. A outra foi a volta, numa posição diferente, com tudo bem diferente do começo.

Vi alguém com visão de jogo. Vi um jogador equilibrado, que olha o que está fazendo, que tem um toque bonito, mais preciso do que os que temos visto no Atlético. Vi um cara que tomou a incumbência de mudar de posição numa boa. Não fez cara de coitado, simplesmente foi fazer o seu trabalho. A lentidão ainda deu sinais, mas nada que tenha prejudicado, mesmo não jogando na posição pela qual é conhecido e foi contratado. Afinal, Julio dos Santos é um meia, mas também um belo volante paraguaio, (numa alusão divertidinha, sem ofensas).

Só pra dar coerência ao pensamento. Já escrevi sobre minha preferência de ter um segundo volante que avança e vai pro jogo. Se a gente pensar bem, era mais ou menos o que o tão amado Claiton fazia. A diferença entre os dois é que o Julio é tecnicamente melhor, mas não tem a liderança do ex-jogador do Atlético. A vida e suas compensações.

Não sabemos o que vemos fora do campo. Talvez o trabalho dele como volante não tenha sido tão bem aceito assim por ele mesmo. Talvez ele tenha outros planos. Talvez o esquema de jogo não comporte um cara como ele. São possibilidades. Mas deixando essas possibilidades de lado, acho que o Geninho poderia complementar o time com um pouco mais de qualidade, já que quando o aproveitou, tudo o que vi, realmente aconteceu.

O raciocínio é que temos um setor defensivo bem satisfatório. A posição que mais precisa de reforço é a lateral, mas como não temos sinais de caras novas no elenco, temos de ir com o que temos (eu detesto o tanto que tenho usado essa frase). Acho que o Renan é bom, mas ainda inconstante. O Marcinho é titular, o Rafael idem. Então, por que não trabalhar a bola com qualidade desde lá de trás?

O técnico fez algumas experiências este ano, e honestamente já não sei dizer com toda a certeza qual formação usada é a mais certa. Sei que estamos na disputa por um campeonato estadual e que uma experiência a estas alturas é arriscada. Porém, não posso isolar o que vi nas seis experiências em que este jogador participou. Além do mais, melhor voltar a experimentar agora em que os outros times estão mais concentrados na vitória, o que nos aproxima de times de maior qualidade, do que começar o brasileiro ainda na onda de fazer experiências.

E só para começar outra discussão, tudo o que vi não se aplica somente ao Julio dos Santos.


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