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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Os números podem parecer absolutos, mas podem ser bem relativos. Se na matemática pura 10 + 10 são 20, na financeira 10% mais 10% são um tanto mais que 20%. Se um médico diz que algum familiar seu tem 15% de chance de sobreviver a um acidente, nos apegamos neste patamar e não nos outros 85% do revés que pode acontecer, justamente para o psicológico nos ajudar nesse momento. O político mostra que tem 60% de aprovação popular, mas vendo os números com mais atenção observamos que 30% consideram sua gestão boa ou ótima, outros 30% regular e os demais 40% ruim ou péssima, ou seja, basta não achar que é uma bela porcaria para os números serem usados como índices de aprovação.
Tudo depende de como queremos ver e interpretar os números, tudo enfim é relativo, até mesmo os números que abstratamente nos parecem tão absolutos.
A campanha do Atlético em números absolutos é um caso. Melhor campanha com 27 pontos, 6 à frente do vice-líder; melhor ataque, sendo o único time a ter feito mais de duas dezenas de tentos com 24 marcados; o artilheiro isolado da competição, Rafael Moura com 7 gols, equipe que mais venceu, 8 vezes, a que menos perdeu, uma vez juntamente com o Cianorte, segunda melhor defesa com 9 gols em 12 jogos, atrás somente deste time do interior com 7, melhor saldo de gols, melhor média de público. Friamente, é disparado o melhor time do campeonato!
Porém cabe analisar alguns fatos. Exceção do jogo diante do Iraty, partida em que vencemos com dificuldades num jogo muito disputado e com um gol salvador na manjada bola aérea de Netinho, não tivemos mais êxito contra os 5 melhores times da tabela, empatando com o Coxa fora e Nacional em casa, além de termos perdido para o Cianorte no interior do Estado. Ainda não fizemos uma partida inteira com futebol coeso, alternando ou um primeiro tempo apagado com uma etapa complementar a mil por hora, ou um rolo compressor na etapa inicial e uma segunda etapa de dar sono.
Geninho tem agora uma semana para trabalhar a equipe. De hoje até domingo são no mínimo 8 treinos entre manutenção do físico, preparação técnica e especialmente a concepção tática que pretende dar ao time, não só diante do Paranavaí como pelo restante do campeonato. Parece que ainda não temos um 11 titular de confiança e enquanto recorrermos à boa vontade dos eternamente improvisados alas Zé Antonio e Netinho, nosso 3-5-2 é meio capenga, ao menos tendo acertada a marcação com a entrada de um segundo volante, no caso o jovem Renan.
As chances de ficarmos em primeiro são gigantes e desperdiçamos uma boa chance de dar oportunidade aos jovens que fizeram brilhante campanha na Copinha, visto os destaques de outros times estarem jogando, alguns até mesmo como titulares e tendo destaque como Boquita no Corinthians, Léo no Internacional, Bernardo do Cruzeiro e especialmente a promessa Neymar do Santos. Colocá-los para resolver as coisas na fase aguda do campeonato me parece muito temeroso.
Nos cabe continuar apoiando, torcendo e incentivando o Furacão, mas sem fechar os olhos para os problemas que o time vem apresentando em campo. Os números não mentem, já são 3 anos sem conquistas significativas e mesmo assim um salto de pouco mais de 3 mil para 20 mil sócios. Essa sim é a verdadeira torcida que nunca abandona!
ARREMATE
“Não guardo frios rancores/
Porque entre os teus mil amores/
Eu sou o número um”. Número Um, ORLANDO SILVA
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