Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Campeonato Paranaense

11/03/2009


1996: Vindo do título da segundona e com a dupla sensação Oséas & Paulo Rink no comando de ataque, o Atlético fez brilhante campanha até o treinador Leão nos deixar e pior que isso, deixar seu sucessor: Cabralzinho! Na fase derradeira empatamos em casa e perdemos para o União Bandeirante, deixando com que Coxa e Paraná fizessem a final, mesmo no cômputo geral termos tido melhor campanha.

1997 : Mesmo sem o mesmo brilhantismo do ano anterior, Jair Pereira (te te teeeem que ter tesão pra jogar no Atlético – ele repetia sempre) tinha um bom time em mãos e fizemos grande campanha com direito a goleada sobre os coxas num tempo em que jogávamos no Pinheirão, Vila Capanema e Vila Olímpica porque nossa Baixadinha tinha virado pó e começava a ser erguida a nova Arena da Baixada. Bastaram duas arbitragens pra lá de desastrosas de José Carlos Marcondes para empatarmos os Atletibas (um deles com direito a dois gols do tosco Zambiase...) para que o Paraná nos passasse e fosse mais uma vez campeão, mesmo com o rubro-negro tendo melhor campanha geral.

2008 : Depois de ter batido o recorde do Furacão de 1949 e causado frisson por onde andou, a direção fez o favor de se desfazer de Ferreira (então um de nossos principais jogadores) e do capitão Claiton, além de perder Jancarlos e não trazer sequer um substituto para os três. Chegamos à fase aguda já caindo aos pedaços, fizemos uma péssima partida de ida nas finais, mas mesmos assim devolvíamos o placar e as esperanças até o goleiro (que inexplicavelmente hoje é novamente titular com o excepcional Galatto no banco!!) falhar bisonhamente e perdemos um título para o maior rival dentro de casa mesmo contando com melhor isso, melhor aquilo, inclusive com melhor campanha.

1990 : Para não dizer que somente nós é que fomos prejudicados vamos relembrar um dos mais comemorados títulos de nossa história. Numa primeira fase em que nos enfiaram 3 X 0 num feriado de 01 de maio, os coxas tinham um meio campo que jamais esqueci formado por Osvaldo, Carlos Alberto Dias, Serginho e Tostão e que nos causava pesadelos já de véspera. Zé Duarte, sósia no Chacrinha aparece na segunda fase onde fizemos os pontos extras do coxa virarem pó e com os gols feitos com a negra cabeça abençoada de Dirceu e a ajuda providencial do zagueiro alviverde Berg empatamos as duas finais e mesmo com uma dúzia de pontos a menos que o rival fomos campeões.

A maior diferença entre estes campeonatos e o atual é que o regulamento era assim mesmo, quem aceitou estava ciente do ônus que poderia ter que arcar na sequência. Erros de arbitragem acontecem (principalmente contra o Atlético aqui no Estado), falhas pontuais como a de Berg em 1990 ou de nosso goleiro e do Xerife de Pelotas no gol de Henrique Dias ano passado, uma tarde ruim, um tropeço, tudo isso faz parte do jogo e a regra é assinada por todos e aceita pela maioria, já que o regulamento dos últimos três anos pelo menos foi rejeitado pelo Atlético (ano passado com o voto do Engenheiro Beltrão também). O que não se admite é tentar mudar a regra do jogo com ele em andamento.

O tal artigo 9º é claro: “Na segunda fase do CAMPEONATO, as 8 (oito) EPD [Entidades de Prática Desportiva] classificadas se enfrentam em turno único, com mando de campo da EPD que teve melhor classificação geral na fase anterior do CAMPEONATO.", ou seja, cabe ao campeão desta primeira fase fazer TODOS os jogos em casa.

Errado, injusto, esdrúxulo, descabido? Com certeza, mas é isso que foi aprovado!

Pior foi tentar “consertar” a coisa e divulgar como seria a tabela da segunda fase. Vamos fazer um mero exercício de ficção, mas sem inventar muito. Nos classificamos em primeiro com 6 pontos de vantagem sobre o segundo, o Coritiba provavelmente. O Paraná faz um esforço danado e à duras penas se classifica em oitavo, uns 15 pontos atrás do Atlético. A primeira rodada seria Paraná Clube X Atlético na Vila Capanema. Com uma substancial colaboração de um Herber Roberto Lopes da vida, eles motivados pela recuperação das últimas partidas e com o puxadinho lotado devido a troca de latas de alumínio por ingressos nos vencem ao passo que o clube centenário ganha em casa do sétimo colocado.

Na rodada seguinte jogamos em casa e vencemos o 5º, enquanto os coxas, em casa de novo ganham do 6º, mantendo a diferença de dois pontos, já que entrariam com um e nós com dois pontos nesta fase. No clássico entre os melhores, os coxas jogariam em casa e vamos aventar a hipótese de empatarmos. Tanto Atlético quando Coritiba poderiam vencer as demais partidas, e eles ainda enfrentariam o 8º colocado Paraná Clube no Alto da Glória e terminaríamos atrás deles por dois pontos.

Este campeonato pode ser tão ou mais injusto como os citados anteriormente, mas a grande diferença é que não foi isso que estava escrito quando da sua aprovação. Além do mais a tabela da 2ª fase estranhamente somente foi divulgada, mesmo com este erro formal de formulação já que o regulamento prevê que cabe a equipe melhor classificada o mando de campo na segunda fase, não especificando quantos mandos, depois do Atlético começar a dar mostras de iria disparar na liderança sem que isso lhe trouxesse o benefício técnico de ao menos jogar contra os 4 adversários mais fortes em tese dentro de casa.

Muda a direção, mas a mentalidade e intelecto curtos permanecem nas salas da Federação Paranaense de Futebol. Prefiro acreditar mais na burrice que na má fé das pessoas.

ARREMATE

“Dos meus sonhos eu procuro acordar e perseguir meus sonhos”. Eu quero sempre mais – IRA!


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