Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

O ano começou, hora de acordar

02/03/2009


Dizem que no Brasil o ano só começa mesmo depois do Carnaval. Pois bem, as festas ficaram para trás e é hora de o ano começar em definitivo para o Atlético, pois, apesar da liderança no estadual, a sensação é de que não temos um time definido.

Geninho já fez todas as experiências a que tinha direito, e o fato é que time não está convencendo. Na partida contra o Iraty, o treinador abusou da paciência do torcedor, mantendo em campo o inerte Júlio Cesar, que, por não fazer nada e ficar esperando a bola, obrigava Rafael Moura a se deslocar para fora da área tentando construir jogadas. Temos visto com frequência o "He-man" acabar caindo pela ponta, o que mostra a total desorganização do time, já que ele seria o atacante para estar na área, aguarando o cruzamento.

A zaga também não se acerta. O Iraty teve quatro chances claras de gol apenas no primeiro tempo, três delas salvas em defesas dificílimas do goleiro Vinícius (que teve excelente atuação). Para piorar, o "danilismo" (como bem denominou o amigo Juarez Vilella) comeu solto, e a zagueirada estava plenamente convencida de que são craques, que devem lançar e driblar. O que não entendo é o bom Rafael Santos, que atuou muito bem contra o Paraná, não ter mais oportunidades.

Outro que merecia mais oportunidades é Julio dos Santos. Embora tachado por alguns de preguiçoso, é seguramente o meia mais habilidoso que temos, e no mínimo merecia ter mais chances de mostrar seu futebol. Seria interessante vê-lo no meio, avançando Marcinho para o ataque, ao lado de Rafael Moura ou Lima. Outra conclusão clara é de que um time tão dependente da bola aérea simplesmente não pode abrir mão de Netinho, o único no elenco com qualidade na cobrança de bolas paradas.

Se há um mérito do treinador, foi de ter acertado Zé Antônio no time. O volante tem jogado muito, embora improvisado na lateral-direita. Uma pena termos uma deficiência tão grande nesta posição (Alberto mostrou que não tem mais condições de jogo), pois creio que Zé Antonio teria uma valia ainda maior como volante ao lado de Valencia.

Tá na hora de acordar, Geninho. Chega de tantas experiências, como escreveu com muita propriedade o colega Daniel Machado. É hora de definirmos um time e parar de insistir em quem já mostrou que não dá certo. O estadual deve ser levado a sério, pois mesmo que a idéia seja preperar um elenco para o Brasileiro, nada melhor do que testar a sua capacidade estabelecendo a meta de conquistar o Paranaense.

Vale lembrar que o STJD em breve julgará a pendenga do regulamento, e acho muito provável que prevaleça a sua redação original, segundo a qual o primeiro colocado jogará todas as partidas da segunda fase em casa. Portanto, cada ponto disputado nesta primeira fase é muito importante.

Palhaço carequinha

Na partida deste Domingo, a torcida atleticana foi brindada com uma atuação teatral. Infelizmente, não foi o consagrado palhaço carequinha original, e sim o irritante Héber Roberto Lopes. O árbitro fez até palhaçadas, tirando sarro de um jogador atleticano à frente da torcida. Se já é uma afronta ver um apitador que sempre prejudica o Atlético (vide a injusta expulsão de Rafael Moura), é inaceitável que este queira aparecer fazendo graça com os torcedores. O Atlético deve protestar para vê-lo vetado de suas partidas, antes que o coloquem estrategicamente para apitar um dos jogos decisivos do campeonato.


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