Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Meninos, eu vi

17/02/2009


Tem limão que não dá mais suco. Ao ver Júlio César entrar em campo para tentar ser a solução do acéfalo time atleticano diante do primário Nacional, equipe que luta para ficar na “elite” do frágil estadual, desanimei de vez. Me levantei e fui pegar mais uma cerveja sem álcool que em nada combina com esse time sem sal.

Tudo bem que Geninho não tem lá muitas opções e que, paizão que é, não fica pedindo reforços, mesmo sabendo que com esse time aí vai ser difícil conseguir algo muito superior às “conquistas” dos últimos anos. Até porque mesmo o grande Geninho também erra, principalmente em insistir num esquema cujos jogadores disponíveis não estão aptos a se adaptar, ou mesmo não possuem inteligência para entender. Para se fazer macarronada se necessita de uma boa farinha peneirada, ovos, um pouco de sal e de leite e muitos tomates para o molho. Se você só tem ovos, que faça um omelete!

E como a atual direção parece bastante econômica com relação a vinda de reforços, urge colocar em campo o que temos de melhor. E algumas das melhores soluções que temos estão aqui mesmo dentro do CT, são os meninos da categoria de base. São muito jovens? São sim senhor. Ainda imaturos? São sim senhor. Tem menos qualidade que os atuais titulares? Se sim, não servem e deveriam ser dispensados agora mesmo.

Alex pegou a camisa 10 do Coxa e com ela levou seu time para a 1ª divisão. Diego e Robinho são muito foras de série, duro compará-los com os demais, mas veja mesmo nosso rival que colocou para jogar, ainda jovens, alguns atletas de qualidade como Rafinha, Miranda, Adriano e Keirrison. Tá bom, não vamos só ver a grama verde do vizinho e averiguamos que Rhodolfo pegou uma bomba na mão e hoje é nosso melhor zagueiro, que Chico, ainda que por vezes afobado é um bom jogador e Fernandinho e Jadson fizeram toda a diferença quando chamados para o time de cima.

Qualidade não tem idade. Se Boquita já entrou, fez gol e domingo passado deu passe para o empate corinthiano num dos maiores clássicos do Brasil, não entendo porque Raul, Denis, Patrick e principalmente Willian e Fransérgio não podem jogar diante dos times do interior paranaense. Tentamos Alberto, improvisamos Zé Antonio, estamos queimando um jogador de qualidade como Netinho por ter que eternamente improvisá-lo, insistimos com o mais mitológico que técnico Lima, o fraco Preá, o péssimo Julio Cesar, por que não então ao menos tentar com esses garotos? O defeito deles é serem jovens?

Duvido muito que eles sejam piores tecnicamente que os citados. Aliás, se com 18 ou 19 anos estes jogadores não demonstram personalidade e qualidade para entrar no time principal do Atlético, que emprestem os meninos, porque não vai ser no último ano de base que aprenderão a jogar futebol. Qualidade não tem idade, os jovens pedem passagem e com certeza agarrarão com unhas e dentes a oportunidade que lhe seja dada.

Eles só precisam dessa chance. O Atlético Paranaense e seu futuro agradecem.

ARREMATE

“Jovem, não vai chegar tarde
A sociedade está pronta pra ligar o alarme"
JOVEM, Cazuza


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