Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Eros em çérie

16/02/2009


Quando o grande Geninho pareceu comemorar o empate no meio de semana diante do Toledo, comecei a me preocupar. Mas foi no dia seguinte à sexta-feira 13 que tudo ficou claro. O Atlético vem sistematicamente errando, não só este ano, mas no último triênio, o triênio da desgraça.

Sim, antes ficávamos anos sem títulos, notadamente nos dois jejuns de 12 anos (intervalos entre 58-70 e 70-82) e nunca nos notabilizamos como OS campeoníssimos do Estado. Mas não ganhávamos por não ter como ganhar, por mal ter como competir. Hoje temos sim, não o fazemos por pura incompetência.

Incompetência essa que se repete pelo terceiro ano consecutivo. Primeiro por sempre a direção superestimar o elenco. Passamos o brasileiro com as barbas de molho, lutando para não cair, fazendo promoções de ingresso pra ver se mais uma vez a torcida é que leva o time adiante, contratando a rodo ali por julho/agosto, mudando de treinadores e daí vem a ilusão no ano seguinte. Esse elenco, que sempre repito, é fraco, foi um dos seis piores times do Brasileiro passado, não aprenderia a jogar bem nas férias e nem que Pelé viesse dar um superintenssivo na pré-temporada se transformaria, como num passe de mágica num grande time!

O alerta havia sido dado antes. Aliás, já na partida diante do Rio Branco algumas coisas ficaram claras. Escrevi em 26 de janeiro: “Em suma, para o Paranaense talvez dê, talvez até mesmo sobre, mas para voos mais altos o time precisa sim se reforçar.”

O 3-5-2 sem alas de verdade e somente com um marcando no meio é suicídio. É outro alerta que já havia sido dado, tanto no Atletiba quando fomos dominados a maioria da partida como em especial em casa diante do Jota, partida em que somente com garra e superação viramos o marcador, mas que tivemos imensa dificuldade em fazer rodar a bola com qualidade e especialmente sair da marcação do adversário.

Além de Geninho deixar de ser um tanto teimoso, em especial em insistir com alguns jogadores em que a gente sabe que não pode confiar, já passa da hora em perceber que somente com dois zagueiros, dois volantes é que esse time vai ter alguma consistência que possa dar segurança ao conjunto. No mais, é chover no molhado, já que o time que jogou a primeira etapa e empatou em casa por dois gols contra um dos times que está na zona de rebaixamento do fraquíssimo Campeonato Paranaense, é aquilo que Geninho tem de “melhor” para oferecer. Muito, mas muito pouco mesmo.

Aliás, ao olhar para o banco de reservas, não sei se nosso treinador tem vontade de rir ou de chorar. Se a direção do Atlético, tão pronta em assumir promessas no processo eleitoral não tiver a mesma rapidez em trazer reforços de qualidade, nosso destino este ano já está escrito.

CERVEJA

Gostaria de saber do Excelentíssimo Senhor Dr. Marfan Vieira , Presidente do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça que criou, mesmo sem ser legislador a absurda vedação da venda de bebidas alcoólicas dentro dos estádios, que relação tem a cerveja com o torcedor cruzeirense morto ontem, há mais de 15km do Mineirão horas antes da partida? Que relação tem a proibição da venda da “breja” como chamam na capital paulista, com os tumultos ocorridos ontem nas cercanias do Morumbi e mesmo no interior do estádio são paulino?

Gostaria de saber por que eu posso encher o pote de cerveja vendida sem fiscalização, nem pagamento de impostos, sem contribuição alguma, sem saber a origem e procedência dos ambulantes em frente ao estádio durante horas, antes e depois da partida, mas não posso ver meu time jogar e comprar cerveja de lojistas que pagam aluguel, pagam impostos, geram emprego e renda durante os noventa minutos de partida.

Não há lógica alguma nessa proibição! É tão surreal a situação que mesmo dentro de Curitiba se vende bebida alcoólica, já que no estádio do Jotinha por exemplo, ela é liberada. Abaixo a proibição da venda de cerveja durante os jogos de futebol! É ilegal, é abstrata, é irreal. E vamos e venhamos, se o Atlético não contratar, vai ser duro ver esse time jogar sem ao menos beber a sagrada cervejinha durante a partida.

ARREMATE

“Eu não quero que gritem comigo, eu não quero que riam de mim/
Eu não quero que falem, eu não quero que digam/
Mentiras"
MENTIRAS, Titãs


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