Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 44 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Imoral

13/02/2009


O circo está armado. O Tribunal de Justiça Desportiva referendou a bizarrice cometida pela Federçaão Paranaense de Futebol, que alterou o regulamento da competição em pleno curso da primeira fase.

Alterou o regulamento, sim, não há como se dizer o contrário. É muita cara de pau dizer-se que estão "esclarecendo" ou interpretando um artigo que diz claramente uma única coisa, diversa daquela que acabou prevalecendo.

Ainda mais bisonho é termos uma tabela em que o 2º colocado na primeira fase leva a maior vantagem para a segunda, ao enfrentar o 1º dentro de casa! Poucas vezes os dirigentes foram capazes de criar uma situação tão tacanha, em pode haver times brigando não pela 1ª, mas pela 2ª posição.

O que tem me deixado intrigado, ao acompanhar comunidades virtuais de discussão e afins, é a conivência da imprensa, e principalmente dos torcedores coxas com tudo isso. Aprovar a alteração no regulamento é o de menos, pois, embora ilegal, respeito que não se concorde com a redação original. Porém, defender esta inversão de mando, colocando o 2º em posição mais favorável, é simplesmente incompreensível.

Estariam os coxas já conformados de que não podem mais terminar a primeira fase à frente do Atlético? Esta falta de ambição não condiz com toda a expectativa criada para o ano do centenário.

Eu confio no meu time e quero poder continuar torcendo "sem culpa" para que termine esta etapa em 1º lugar. Não tenho nenhuma certeza disso, não o considero favorito, mas tenho que defender a legalidade e a moralidade, pois não restam dúvidas de que é completamente imoral o que estão fazendo com o torcedor.

Se for para o Atlético acabar a 1ª fase em 2º lugar, e ter de enfrentar o 1º colocado fora, paciência. Uma derrota no campo não é pior do que a sucumbência moral, da passividade diante de mais uma aberração vinda da Federação. Nada pode ser pior que a vergonha de demonstrar para o Brasil o quanto é provinciano o futebol paranaense.

Fico na expectativa para que esta situação seja remediada, seja pelas instâncias superiores da Justiça Desportiva, ou mesmo pelo Poder Judiciário.


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