Fernanda Romagnoli

Fernanda Romagnoli, 51 anos, é atleticana de coração, casada com um atleticano e mãe de dois atleticanos. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2009.

 

 

Formação Genial

04/02/2009


Não que eu esteja querendo achar um padrão, mas que está parecido está. Normal, uma vez que o ser humano tende a reeditar tudo aquilo que já deu certo.

Se você não sabe do que estou falando, talvez não se recorde de 2001.

Naquele ano, sob o comando deste que nos comanda agora, jogávamos com a mesma formação deste início de temporada. Dois meias, sendo o segundo volante disfarçado de meia. Este meia chama-se Kleberson e se me permite a discordância da história, ele era um segundo volante avançado e não só no Atlético se deu bem, pois “salvou” uma Copa do Mundo quando jogava de meia recuado, quase um segundo volante. Enfim, os detalhes e o resto desta história todo mundo já sabe.

Muita gente viu essa semelhança agora e muita gente tem criticado ou criticou o Julio do Santos nessa posição. Os profetas do apocalipse futebolístico (especialmente alguns com microfone na mão) detonaram o cara no primeiro jogo para então levarem um “toco” no jogo contra o Foz, quando o Julio jogou muito. Tiveram de calar a boca. Ok, o atletiba não conta, pra ninguem. Enfim, é uma grande bobagem pensarmos que o Atlético deveria estar muito melhor que os outros por ter mantido a base do ano passado. A gente sabe o que aconteceu no ano que poderíamos ter ficado sem.

Continuando. Ressalto esta posição, a do volante avançado, porque na minha humilde opinião ela representa o futebol do Atlético. Para frente, toques rápidos, destemido sem ser descuidado. Tenho pavor de retranca.

É preciso ter paciência com esta fase de adaptação. Todo mundo. Torcedores, cronistas e especialmente os jogadores que estavam acostumados com os retranqueiros que nos treinaram nestes últimos anos. A gente conhece uma arvore pelos frutos, e os frutos da retranca e do ataque ineficiente a gente comeu (todos) no ano passado.

Qual é a esperança, então? Temos uma defesa confiável, problemas nas laterais e um excelente meio de campo que é o Ferreira. Talvez o problema dele seja o fato de precisar ter confiança lá na frente, como tinha com o Alex. É uma dependência mesmo. Aí a coisa pega: Julio Cesar não tem sabido fazer gol e o Rafael Moura tem uma atitude cambaleante, fria, apesar dos gols. Não é nada pessoal e sou grata pelos importantes gols que fez para nos livrar da degola em 2008. Mas daí a dizer que é “the” centro avante, demora.

De qualquer forma, temos jogadores para compor o ataque de forma complementar, pois são características diferentes. Talvez Lima e Rafael. Marcinho e... Sejamos honestos, falta um ataque que empolgue, tanto a torcida quanto o próprio time.

Enquanto isso, vamos elaborando outras conjecturas. Certas ou não, a intenção é chegar ao famoso denominador comum, à formação que nos dê aquele sorrisinho de satisfação. Mas de uma coisa eu particularmente não abro mão: um segundo-volante-meio-de-campo.

Ah! Em tempo: o “genial” do título deste texto não quer dizer espetacular, quer dizer que vem de Geninho. Se vai ser o genial, de espetacular, só tempo e os resultados vão dizer.


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