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Daniel Machado
Daniel Lopes Machado, 46 anos, é empresário e consultor em sistemas de informação. Considera os versos da sexta estrofe do hino atleticano, escritos por um ex-jogador, imortalizado em uma espontânea demonstração de amor ao clube, a mais bela poesia de todos os tempos: "A tradição, vigor sem jaça... Nos legou o sangue forte... Rubro-negro é quem tem raça... E não teme a própria morte!" Foi colunista da Furacao.com entre 2008 e 2010.
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Elenco e time para vencer
30/01/2009
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Quem não se lembra do "melhor ataque do mundo"? Sávio, Romário e Edmundo. O Flamengo quis porque quis, investiu as calças e mais um pouco, fizeram um oba-oba, com direito ao Rap dos Bad Boys, lançado com exclusividade na coletiva de apresentação à imprensa das promissoras e promÃscuas contratações. Conseguiram acumular grandes polêmicas e péssimas apresentações, além de uma imensa torcida insatisfeita. Ficaram em quarto lugar, de baixo para cima. Se tivesse o Campeonato Brasileiro daquela época as regras atuais, o urubu seria rebaixado em pleno ano do centenário.
Quem sabe trataremos em outra oportunidade de rebaixamento no ano do centenário. Hoje quero falar da diferença entre elenco e time.
Sem sua tradicional e charmosa roupagem, inexplicavelmente apaixonante, o futebol é simplesmente uma receita de quatro ingredientes: as condições técnicas, táticas, fÃsicas e emocionais.
Um bom time define-se pelo equilÃbrio entre as dosagens e pelo modo de preparo. Em outras palavras, precisamos de um bom elenco para formar um bom time, mas só um bom elenco não basta. Por isso não vingou o Flamengo de 95.
Aqui, no nosso Furacão, a chapa vencedora das eleições prometeu e a torcida cobrou reforços para 2009. Muito já foi dito a respeito. Vamos por partes, agora, analisar se temos condições de formar um time competitivo e brigar por tÃtulos, que é o que interessa.
Primeiro, a técnica. É o dom do jogador, que naturalmente pode ser aprimorado. Estamos bem encaminhados neste quesito, dentro daquilo que podemos esperar, dentro da nossa realidade e orçamento. Analisemos dois aspectos: o potencial dos jogadores e as condições de evolução. Quanto ao potencial, com as chegadas de Marcinho, Lima e, possivelmente, Claiton, que se juntarão a Galatto, Nei, Rhodolfo, Netinho, Valencia, Ferreira, Julio dos Santos e Rafael Moura, todos jogadores de qualidade, temos sim um grupo razoável. Melhor do que todos os outros clubes do nosso balaio. Quanto à s condições de evolução, já estamos carecas de saber que oferecemos aos nossos atletas infraestrutura, equipamentos de última geração e suporte cientÃfico para que desenvolvam suas habilidades.
Segundo, a tática. Quem sabe em outra coluna eu arrisque alguns pitacos, mas vamos confiar em nosso gênio Geninho por enquanto. Estamos em boas mãos, ninguém duvida disso.
Terceiro, a questão fÃsica. Pena que se foi o Moraci, confesso que estaria bem mais tranquilo, como no parágrafo anterior. Como não conheço o Ridênio Borges, vou deixá-lo trabalhar. Estaremos atentos aos sintomas de deficiência: queda de produção no segundo tempo e lotação do Departamento Médico.
Quarto, o emocional. Eis a minha preocupação, pois o clima organizacional de um clube de futebol extrapola as fronteiras do gramado e influenciam os resultados. Por mais que esteja tudo bem, aparentemente, sinto cheiro de fumaça no ar. Neste portal, na tela da tevê, nos programas de rádio e entre a cúpula de cartolas, torço para que não haja fogo. Qualquer murmurinho querem transformar em crise. A pressão de três temporadas sofrÃveis estaria tirando o sono, o foco e a sensatez da nossa torcida e diretoria? Não quero crer que pecaremos justamente na parte mais fácil da receita, quando restam apenas duas pitadas: uma de bom senso e outra de respeito ao próximo. Sem inteligência emocional, com picuinhas, vaidades e intolerância, seremos todos, a nação rubro-negra e o Clube Atlético Paranaense, vÃtimas de nós mesmos.
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