Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Inesquecível

29/01/2009


Aproveitando o clima de Atletiba, que toma conta da cidade, e um especial realizado pelo jornal Gazeta do Povo, que pergunta a jogadores e dirigentes sobre qual é o seu Atletiba inesquecível, então irei relatar o meu.

Corria solto pelo calendário o ano de 1997. A competição que atraia os olhares dos torcedores era o Campeonato Paranaense do mesmo ano (vencido pelo Paraná Clube).

Mesmo sendo um jogo que, no campeonato, valia apenas três pontos, ele valia muito mais, pelo simples fato de que era o maior clássico do estado.

Engraçado que diferentemente dos demais torcedores, quando se tratava de Atletiba eu gostava dos jogos no Pinheirão. Mesmo com o esforço nababesco para chegar ao local da peleja e a distância lunar do campo para a arquibancada eu adorava ver o clássico lá. São duas as possíveis razões para isso: A primeira é que o Coxa só apanhava (no sentido futebolístico) lá e a segunda é que eu me posicionava perto dos setoristas de rádio, do time adversário e não saía do estádio enquanto não atrapalhasse as transmissões deles.

Voltando ao jogo. Cheguei cedo ao Pinheirão, já que não abria mão do meu espaço, na mureta que separa a geral do vestiário do time adversário.

Times em campo, início de jogo e o Coritiba abriu o placar com Alex. O jogo se arrastou e o primeiro tempo terminou com vantagem do time coxa-branca. Show do intervalo, gols da rodada com locução de Léo Batista e times em campo.

Início do segundo tempo e logo no começo, o coxa faz o segundo com Brandão. Depois do gol, pense em alguém indignado. Esse era o meu sentimento e de toda nação rubro-negra.

Porém, naquela tarde o rubro-negro mostrou porque a sua torcida é tão apaixonada, já que não parou de cantar mesmo perdendo o jogo. Aos 6 minutos Jorginho Pé Mucho fez o primeiro gol rubro-negro. Jorginho, que durante toda a sua permanência no cube, somente fez um grande jogo na vida e calhou de ser esse jogo em 13 de abril de 1997.

Logo depois do nosso primeiro gol, aos nove minutos, o polonês Novak (que com certeza descansa em paz) empatou a partida e deixou o lado rubro-negro do estádio simplesmente alucinado. Mas essa loucura iria aumentar ainda mais.

Com os dois gol seguidos anotados, o Atlético aos 12 minutos virou com o “cabeludo” Oséas e nessa hora eu já me encontrava tomado pelo álcool.

Mesmo parcialmente embriagado vi Andrei, aos 25 minutos, fazer o quarto gol atleticano e realizar a “dança da bundinha” em frente a torcida do time do alto da glória.

Para fechar o caixão, Jorginho (o proprietário do jogo), aos 46, fez o quinto gol rubro-negro e deu números finais a partida.

Fim de jogo, festa no Pinheirão e um presente de aniversário que eu jamais vou esquecer.


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