Ricardo Barrionuevo

Ricardo Barrionuevo, 51 anos, é médico. Ainda na Faculdade, em um de seus experimentos científicos, testou o QI de seus três irmãos. O mais novo obteve 135 pontos e é visto com freqüência na Arena da Baixada. Os outros dois obtiveram 1,35 e consideram Keirrison melhor que Pelé. Foi colunista da Furacao.com entre 2008 e 2009.

 

 

O Corneta dos Cornetas

20/01/2009


“Se você tem que disparar a flecha da verdade, primeiro adoce a sua ponta no mel”. Provérbio chinês

Sábado me deram o título de Corneta dos cornetas...Gostei!

Domingo sem futebol, estava eu pra variar em frente ao computador, relaxando o meu “corpinho” sentado no sofá da sala e lendo a ótima coluna de Paulo Coelho no G1 (caderno de notícias da globo.com), alternando com a coluna do inteligente colunista João Pereira Coutinho da Folha Online e como todo o hiperativo característico, uma terceira opção de entretenimento, o Livro “1001 Filmes para ver antes de morrer”.

Eis que algumas coisas me chamaram sobremaneira a atenção.

A primeira foi que descobri o porquê é que Paulo Coelho é um escritor dos mais vendidos no mundo. Ele, até então era um escritor que não fazia parte do meu arsenal literário.

A segunda e mais interessante, foi que acidentalmente descobri João Pereira Coutinho, um jovem brilhante de 31 anos que reside em Portugal e escreve quinzenalmente para a folha Online.

Eis que aparece a figura do Corneta, aquele chato, de QI duvidoso, que não tem mais o que fazer da vida a não ser encher o saco dos que trabalham, e descobri que esse ser não é privilégio dos times de futebol, e muito menos, de médicos metidos a colunistas como eu. Descobri que essa figura bizarra a qual denominamos “Corneta” está em toda a parte e tumultua a todos, sem distinção, sem preconceito e o pior, sem o menor senso do ridículo.

Destaco a seguir o trecho que o colunista João Pereira Coutinho descreve fatos da cornetagem que bombardeou a sua caixa de e-mails com “gentis comentários” após uma de suas espetaculares colunas:

Duas semanas atrás, escrevi na Folha um pequeno comentário sobre "Tropa de Elite", o filme de José Padilha que conquistou Berlim e deixou o Brasil em estado de choque. Dizia então que "Tropa de Elite", pela forma séria como apresentava a criminalidade urbana no Rio, era o filme mais adulto do moderno cinema brasileiro.

Foi o que bastou para que o meu e-mail explodisse com a fúria dos leitores: "Racista", "fascista", "nazista", "ditador", "criminoso", "sanguinário". Esses foram os elogios. Os insultos são irreproduzíveis porque a Folha é um jornal de família. A pergunta é óbvia: por que essa hostilidade, Deus meu?


Ora, depois de ler esse comentário de um dos melhores e mais brilhantes colunistas do País, me senti até lisonjeado pela Cornetagem das Araucárias. Tudo o que esperamos desse pessoal é que fique a vontade para reclamar se quiser, mas com educação e um pouco de civilidade.

Aos que fazem do espaço destinado a resposta ao autor, uma verdadeira arma de agressão e ofensas, emprestarei do colunista da folha o último parágrafo de sua coluna:

Os leitores que gostam de insultar os colunistas deveriam olhar para o espelho e perguntar se o verdadeiro destinatário do insulto não é o próprio reflexo.

"Às vezes, para ensinar algo bom, é preciso ser um pouco rude." (Ditado árabe)



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