Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Homem do ano?

14/01/2009


Ele passou por uma dura eleição, mas as urnas lhe foram bastante generosas. Firmou um compromisso de mudanças, de renovação, inovação e teve amplo respaldo do seu colégio eleitoral. Veio como um sopro de esperança para uma nação bastante desacreditada, apesar da fé cega em que tudo possa sim melhorar e o quanto antes. Ele chegou para comandar um povo que já esteve no ápice, mas experimentou ultimamente decepções que o fizeram uma nação exigente, participativa, mas desconfiada.

Em recente entrevista disse o seguinte:

* “ Sempre tento deixar minhas expectativas maiores do que as das pessoas ao meu redor.
(.....)
E não quero que eles sintam que fiz promessas demais. Tento explicar como algumas mudanças que proponho serão realmente difíceis. Mas não quero que pareça que não estou trabalhando o bastante para atingir seus interesses, que não estou continuamente tentando melhorar.
Estou até feliz com grandes expectativas. Uma das coisas interessantes de uma campanha como essa é que ela leva você para além do seu limite. E no final você percebe que tem mais bagagem do que esperava.”


Eleito em dezembro último, é a esperança de mudanças e pode, ao final do seu trabalho que dura mais que simples e meros 12 meses, ser eleito pela sua nação como O Homem do Ano . É isso que não só seus eleitores (e não votei nele, todos sabem) como todos os que dependem de suas decisões esperam e torcem.

O sujeito descrito acima é Barack Hussein Obama, que dispensa maiores apresentações. Presidente eleito nos EUA, toma posse no próximo dia 20 de janeiro e sabemos que suas decisões influenciam a vida em todo o globo e esperamos que possa fazer um bom programa de reconstrução de um país que se não é terra arrasada, foi deixado em situação delicada pelo seu antecessor.

Mas poderia escrever basicamente as mesmas coisas do presidente do maior clube do Paraná, o Dr. Marcos Maluceli. Pessoa simples que tive o prazer de conhecer no final de setembro de 2008, ele não é simplesmente o presidente da Chapa Coração Rubro Negro: é o presidente de todos nós atleticanos, fanáticos, sócios, distantes, doentes, negros, brancos, pobres ou ricos. A ele cabem as decisões que buscarão fazer do Atlético não mais e somente um clube de negócios e sim um clube de futebol, porque essa é sua essência e para ele que deve estar voltado.

Achei seu começo tímido demais para quem prometia mudanças e mesmo fazendo parte da direção anterior como diretor do departamento jurídico e depois também do departamento de futebol, sabia que o rumo tomado era falho. Mas provou entender do riscado, ao permanecer com Geninho (promessa de campanha cumprida), começar a desinchar um elenco enorme inclusive com alguns altos salários sendo economizados e não fez desembarcar pelos lados do Umbará aquele caminhão de eternas promessas para ver se uma dá certo, gera lucro (financeiro) mas deixa um déficit gigante em termos técnicos.

Confesso estar um tanto impaciente com o Atlético e que minha dose de tolerancia anda mais ou menos no ritmo de nossos títulos: em baixa. Mas creio ser razoável entender que as mudanças devam ser gradativas e que a vinda de um jogador, que se não é um craque como Marcinho, resolve sim muito de nossos problemas e mostra que contratar por contratar faz parte de um passado dentro do Atlético. Ele estava jogando, está em forma, em ritmo e é sim um reforço, não uma aposta como foi a vinda de Jorge Preá, jogador que veio como contrapeso na negociação do Xerife de Pelotas com o Palmeiras e uma aposta que ao menos sabemos no que pode dar como Lima, o vingador.

Por outro lado lembro que o jogador mais importante de toda a história atleticana veio nessas condições, em baixa no ex-clube e como contrapeso na venda do volante Marcus Vinicius e vinda de Donizete Amorim em 2001: Alex Mineiro. Não nos custa nada acreditar, incentivar e fazer nossa parte desejando sim dias melhores. Não escondo de ninguém o quanto sou chato e exigente, que fiz parte e tenho sim minha veia de oposição dentro do clube, mas quero obviamente o bem do Atlético tanto quanto os que assim o desejam de maneiras diametralmente opostas à minha.

Continuarei vigilante, crítico, mas acima de tudo apaixonado pelo Atlético, tentando fazer o que minimamente minhas capacidades e aptidões permitam. Boa Sorte presidente e que eu possa escrever em dezembro, feliz da vida e não só por escapar do rebaixamento num jogo histórico dentro de casa, mas comemorando de verdade que Marcos Maluceli, liderando uma equipe de gente disposta e capaz foi sim O Homem do Ano .

* entrevista concedida a versão americana de novembro da revista Men´s Health

ARREMATE

“Sou uma minoria mas pelo menos falo o que quero, apesar....” PROTEÇÃO- Plebe Rude


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.