Daniel Machado

Daniel Lopes Machado, 46 anos, é empresário e consultor em sistemas de informação. Considera os versos da sexta estrofe do hino atleticano, escritos por um ex-jogador, imortalizado em uma espontânea demonstração de amor ao clube, a mais bela poesia de todos os tempos: "A tradição, vigor sem jaça... Nos legou o sangue forte... Rubro-negro é quem tem raça... E não teme a própria morte!" Foi colunista da Furacao.com entre 2008 e 2010.

 

 

Cuspiram para cima

12/12/2008


Segundo os especialistas, o carro funerário já estava encomendado. Especialistas, diga-se de passagem, que de especialistas não têm nada. Mais uma vez, os protagonistas do jornalismo esportivo no Brasil cuspiram para cima. É impressionante como torcem deliberadamente contra o Atlético estes senhores.

Como médiuns em uma incorporação de Nostradamus, com pranchetas nas mãos, narizes empinados e olhares intelectuais, em vozes convictas condenavam o Furacão ao purgatório. Principalmente depois das três derrotas seguidas, contra Santos, Fluminense e Internacional, viramos chacota no rádio e na tevê.

Fizeram pouco caso da estrela de Geninho e dos bravos jogadores que ostentaram com vigor sem jaça o manto rubro-negro. Esqueceram-se que a mais vibrante torcida do Brasil pode virar não só um jogo, mas toda uma competição. Desconsideraram que o Atlético pode o impossível.

Pois todos eles aprenderam que devem dobrar a língua para falar do Furacão. Da próxima vez que duvidarem de nossa força e rasgarem um palpite desfavorárel, ao menos que o façam seguido de uma sentença adversativa, com um "porém" grifado, e recorram ao velho discurso da caixinha de surpresas. É preferível um chavão a uma cara cuspida em rede nacional.

Àqueles imparciais, corretos de atitudes e de caráter, que humildemente reconhecem a precipitação de seus julgamentos, sugerimos que digam estar surpresos com os 17 pontos conquistados dos 24 disputados; que assumam, diante de si mesmos e dos microfones, que o Atlético mostrou grandeza nesta reta final do Brasileirão.

Aos que se permitirem dominar pelo orgulho ou pelo ódio incontido e incompreensível que sentem pelo Furacão, uma vez que nos declaram no máximo como aspirantes a clube grande, uma vez que nos rebaixaram em 2008 e estaremos na primeira divisão em 2009, deixamos duas considerações e uma pergunta.

Time pequeno cai e não volta. Ou então fica duas, três temporadas na segundona. Como uns e outros por aí, que agora prefiro não comentar.

Time grande também cai, mas cai num ano e volta no outro. Como Grêmio, Atlético Mineiro, Botafogo, Palmeiras e Corinthians.

E time que cai num campeonato e volta no mesmo, sem virada de mesa, o que é?


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