Ricardo Barrionuevo

Ricardo Barrionuevo, 51 anos, é médico. Ainda na Faculdade, em um de seus experimentos científicos, testou o QI de seus três irmãos. O mais novo obteve 135 pontos e é visto com freqüência na Arena da Baixada. Os outros dois obtiveram 1,35 e consideram Keirrison melhor que Pelé. Foi colunista da Furacao.com entre 2008 e 2009.

 

 

Uma questão de fé

02/12/2008


"Minha idéia de decisão em grupo é olhar para o espelho." (Warren Buffet)

Amigo leitor da Furacao.com, dia 8 de dezembro teremos eleições no Clube Atlético Paranaense. Decidiremos o futuro do nosso time do coração. Pra sorte do torcedor atleticano, teremos a opção de decidir se queremos a continuidade do trabalho que vem sendo feito há 13 anos, ou se queremos uma mudança na diretriz do clube. Diz o ditado que: "Mulher, religião e política não se discutem". O que esse ditado quer dizer, na realidade, é que não existe nenhum dono da verdade, e quando se trata de assuntos polêmicos, sempre irá haver uma divisão de opiniões.

O Atlético, nesses últimos 3 anos, resolveu, por uma questão de política interna, não priorizar o futebol. Isso fez com que muitos atleticanos ficassem extremamente descontentes com as diretrizes do clube e, após vários anos, formar uma "oposição" ao atual regime.

A chapa formada pelo advogado Nelson Luiz Silva Fanaya e pelo ex-reitor da UFPR, José Henrique de Faria, encabeça o grupo dos "descontentes" com o atual regime. Motivos para esse descontentamento sobram. É fácil entender que haja atleticanos descontentes com a atual situação em que o clube se encontra, principalmente em face da iminência do rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro em 2009.

Porém, mesmo sabendo que futebol é feito de resultados, quando se trata de tomar uma decisão que irá definir o futuro do clube, não devemos condicioná-la ao atual momento no qual o time está vivendo. Devemos colocar na balança tudo de bom e de ruim que foi feito ao longo desses 13 anos em que a atual gestão está à frente do Atlético. Erros foram cometidos, é inegável. Talvez nos custem, inclusive, uma visita à série B em 2009.

Não recrimino o torcedor que não perdoa o descaso com o futebol nos últimos 3 anos e os péssimos resultados colhidos. Aos que dizem que não houve um descuido e atribuem os maus resultados nesse período à má-sorte ou a qualquer outro tipo de desculpa, gostaria de lembrá-los que ainda mais velho do que o futebol é o ditado que diz que se colhe o que se planta, e não é por acaso que o São Paulo tem tudo para levantar, neste ano, o caneco pela sexta vez.

Dito isso, e que fique claro que não faço parte de nenhuma chapa nessas eleições, ainda que descontente como você com o time há tempos, caro leitor, mesmo assim, ainda acredito na capacidade gestora do atual "Homem Forte" do Atlético, Dr. Mário Celso Petraglia.

Inúmeros são os motivos para essa minha crença. O fato é que Petraglia é um homem a frente do seu tempo. Seu jeito autoritário e ditatorial de administrar fez com que lhe fosse atribuído quase que a totalidade do ônus e do bônus da história do Clube Atlético Paranaense nesses últimos 13 anos, além de criar ao mesmo tempo, seguidores da sua filosofia e "produzir anticorpos" àqueles que não concordam com o seu "Modus operandi". Certamente o atual momento em que o Atlético está passando já o fez refletir e redefinir algumas diretrizes em relação ao seu futuro e o futuro do clube.

Aos que se opõem a essa linha de raciocínio, faço aqui uma pergunta: - Quantos mais nesses quase 100 anos de existência de Coritiba e Atlético, exceto Evangelino da Costa Neves e Mário Celso Petraglia, mudaram a história de seus clubes?

Bem maior do que a minha, a sua, ou a vontade de todo o torcedor Atleticano descontente, é o desejo do torcedor coxa branca de que Mário Celso Petraglia perca a eleição e nunca mais retorne ao comando do Atlético, já que foi ele o principal responsável pelo Atlético ter superado o Coritiba após oitenta anos de existência. Pense nisso Atleticano, na hora de escolher quem irá comandar o futuro do seu time do coração.

"Ao pedir ajuda, apele para o egoísmo das pessoas. Jamais para a sua misericórdia ou gratidão." (Robert Greene)


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