Sergio Surugi

Sergio Surugi de Siqueira, 66 anos, é Atleticano desde que nasceu. Neto de um dos fundadores, filho de um ex-presidente do Atlético, pai e avô de Atleticanos apaixonados, é doutor em Fisiologia e professor. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2009.

 

 

A falta (de gente) inteligente

28/11/2008


Meu falecido avô Arnaldo Siqueira, ex-“center-half” do Internacional (não o de Porto Alegre, mas aquele mesmo que se uniu ao América para dar origem ao nosso Atlético), costumava me contar que nos idos de 1920 as regras do Football permitiam que os jogadores de linha entrassem em contato físico, até violento, com o "Goalkeeper" do time adversário para tomar-lhe a bola ou até para empurrá-lo com bola e tudo para dentro da meta.

De lá para cá muita coisa mudou, graças a Deus. A FIFA tem insistido em mudar as regras, recomendar critérios mais rígidos aos árbitros, tudo com o fim de tornar o futebol cada vez mais arte e beleza e cada vez menos força e violência. Infelizmente, de vez em quando aparecem os que ainda se sentem confortáveis com o anti-jogo.

Exemplo disso foi visto no meio desta semana em matéria vinculada nacionalmente pela Rede Globo, na qual aparece o treinador do Timbu, Roberto Fernandes, de microfone em punho e com ar professoral, ensinando os seus jogadores a praticarem o que ele chamou de “falta inteligente”. Trata-se de mais uma pérola do Mr. Testosterona que apesar de não merecer ser levado a séio, deve sim chamar a atenção pela intenção de adotar o “vale-tudo” futebolístico.

Para quem gosta de futebol bem jogado, onde vence o melhor, o mais hábil, resta torcer para que os senhores árbitros fiquem atentos e com veemência cobrem o cumprimento irrestrito e intolerante das regras do jogo, coibindo o artifício que tende a igualar o quebrador de bola ao craque. Para o bem do futebol brasileiro, conhecido e reconhecido pela arte de bem jogar com os pés, pedimos rigor absoluto.

Sem falta.


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