Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Controle remoto

28/11/2008


Que saudades eu sinto da Net analógica... aquele conversor chumbo que mostrava em números verdes o canal sintonizado. Você podia ligar direto no console e, em poucos segundos, posicionar o canal com alguns toques. Era chegar em casa e, antes mesmo de tirar o paletó, rapidamente deixar a TV sintonizada em algum canal esportivo – e aí sim partir em busca do controle remoto, certamente perdido em meio à bagunça.

Aliás, o controle era a melhor parte... aquilo sim era um controle remoto! O painel prateado com a marca “JERROLD”... As teclas bem posicionadas em um alinhamento horizontal e vertical, sem invenções... e grandes, para permitir a identificação rápida sem precisar tirar os olhos da TV - o que pode ser de suma importância. Melhor ainda era o próprio sistema, que permitia uma transição instantânea entre um canal e outro!

Essa é uma das necessidades vitais de um homem: a rapidez na troca de canais (não abordarei as outras para não levantar polêmicas). Não compreendo as empresas inovando tanto no design disso e daquilo, qualidade da imagem cada vez mais ultra-mega potente, se eu não consigo trocar rapidamente de um canal para o outro! Hoje, você vira de canal e, antes de aparecer a imagem na tela, o sistema fica carregando uma legenda para te informar o que está passando... deixa que eu mesmo descubro, cazzo, mas mostra logo essa imagem!

Naqueles tempos eu já tinha um circuito de canais, a sequência de clicks memorizada, era só ficar pressionando os botões indefinidamente até encontrar uma tela verde (que indicasse um campo de futebol), uma mesa redonda, ou até chegar ao canal 42 (se o relógio passasse das 0h30). Hoje a coisa é bem mais lenta. Criaram até canais com 3 dígitos, o que prejudica em muito a velocidade de alternância!

O fato é que mesmo com estas frescuras e a lentidão da TV a cabo digital de hoje, devo alcançar o recorde mundial de clicks neste Domingo, a partir das 17h00. A cada bola que sair em tiro de meta, estimo que haja tempo para passar por três outros jogos. Em escanteios, há tempo para uma troca rápida para ver se há algum lance de perigo em outro jogo. Falta para o Atlético... Gooool do Botafogo! Escanteio para o Sport... Figueirense perde o pênalti! Gallato se prepara para bater o tiro de meta... gooool do Vasco!!! Ops! Hoje não é dia de secar ‘eles’...

Brincadeiras à parte, e apesar de ser impossível para o torcedor se desligar dos outros jogos, a partida decisiva é a nossa própria: Náutico x Atlético. É neste confronto que temos que depositar nossas fichas para ver a redenção acontecer nas cores vermelha e preta. É o jogo que pode coroar a reviravolta comandada pelo maestro Geninho. Que pode confirmar Rafael Moura como o artilheiro da reta final, Alan Bahia como a estrela dos momentos decisivos, Valencia como o guerreiro de sempre, Netinho como um destaque nas bolas paradas, e por aí vai. É hora de acabar de vez com o pesadelo que vivemos neste campeonato, de provar nossa grandeza e mostrar que seja onde for, ou qual for o adversário, não há nada impossível para um Atlético unido. Elenco atleticano, estaremos com vocês!


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