Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Eleições

19/11/2008


O simpático, sorridente e vitorioso Barack Obama que me perdoe, mas a verdadeira eleição que mexe conosco se dará em dezembro próximo. Se por um lado o mundo todo se voltou ao pleito estadunidense porque dali sairão medidas que podem mudar o rumo e os destinos de todos os demais países nos próximos anos, da eleição dos próximos conselhos, deliberativo e administrativo está o futuro próximo e a longo prazo do time mais querido do Estado do Paraná.

Desde a volta de Geninho, afastamento do cientista Antonio Caros Gomes, da retirada do futebol dos dirigentes Mário Celso Petraglia e João Augusto Fleury fiz o compromisso público de apoiar intensamente a nova fase que se avizinhava. Todas as energias, quer sejam da Ultras, Fanáticos, do pessoal do Mosaico, do meu amigo ítalo-brasileiro Waldy torcendo a distância, de todos os meus colegas e companheiros aqui da furacao.com, enfim, todos os segmentos da nação atleticana tinham que canalizar forças, eivar esforços para evitar o pior e que estava próximo de acontecer: o rebaixamento este ano.

Não há como negar o esforço da atual direção no delicado momento que vivíamos e o chamado para ajudar o Atlético deve ser sempre atendido pelo seu torcedor. Foi o que pretendi fazer, me comprometi e ainda o faço. A questão política entretanto não foi deixada de lado, em especial ao eu ter sido um dos dois Conselheiros do clube que votaram contra a reforma do Estatuto Social do Clube Atlético Paranaense, no último dia 03 de novembro.

Não me coloquei ao fazer questionamentos que não foram respondidos e votei contra pelo prazer de votar contra, pelo palanque que se colocava à minha frente e pela oportunidade de “aparecer”. O todo do novo Estatuto é muito bom, modernizante e que busca se coadunar com o novo código civil e a lei Pelé que regem as normas do desporto no país, brilhantemente expostos não só em texto enviado aos Conselheiros como ao vivo antes da votação pelo Dr. Gil Justen Santana, em linguajar simples e de fácil entendimento. Mais uma vez meus agradecimentos a ele e a todo o corpo jurídico do clube.

Mas por questões pontuais, as quais levantei na reunião, votei contra. Acho injusto com os atuais sócios a mudança de um para três anos o período para que o mesmo tenha vida política plena dentro do clube. Os que entrassem a partir da regra sim, os que já eram sócios deveriam ser regidos pela regra que era válida na assinatura do contrato. Além do mais, para votar serão necessários três anos e para ser votado quatro, inviabilizando a imensa maioria dos quase 20 mil sócios que somente se associou este ano de serem votados mesmo no pleito de 2011, só podendo entrar nos Conselhos em dezembro de 2014.

Não concordo também com a autonomia dada ao Conselho Administrativo (Gestor) para fechar parcerias sem anuência do Deliberativo e questionei também quem serão e qual o mandato dos membros da recém criada Câmara de Ética e Processo Disciplinar, que tem o poder de veto a entrada de novos Conselheiros bem como banir sócios os membros do Conselho, assegurando entretanto ampla defesa. Sugeri também que as eleições fossem diretas e não em chapas, pois no atual formato, que já vinha sendo utilizado mas agora está consagrado no Estatuto, se votam em chapas fechadas para o Conselho Deliberativo e dali saem os nomes que comporão o Conselho Administrativo, praticamente eliminando institucionalmente uma oposição dentro do Conselho. Por ter sido contra, argumentei, democraticamente fui derrotado e ponto final, sem polêmicas desnecessárias.

Ao lado e não chefiando nem liderando muito menos encabeçando movimento algum ou chapa oposicionista que seja, mas junto de outros cerca de 10 amigos estamos há meses tentando viabilizar uma via alternativa, uma maneira diferente em especial de conduzir o futebol atleticano, abandonado nos últimos três anos, quando os resultados falam por si. Como escrevi anteriormente, acho que o momento de explicitar isso não é agora, mas bem ou mal as eleições ocorrerão somente um dia após o término do Brasileiro, então me vi obrigado a explicitar publicamente minha posição, em especial depois de ter sido citado em recentes matérias de jornais diários sobre a votação no Conselho.

Saliento ainda o respeito que costumeiramente, porém não sempre, tive da direção atleticana. Por questões filosóficas lógicas divergimos, quase sempre em alto nível e muitas das soluções sugeridas, dos erros apontados, da participação não só minha mais de muitos outros que pensam da mesma maneira fizeram a direção mudar em algumas coisas, em especial de agosto de 2007 pra cá.

Simples assim, claro assim. Sem brigas, sem intrigas ou picuinhas. A chance de mudança é dada nas eleições de 08 de dezembro e Mário Celso Petraglia deixou bem claro que não se candidatará a mais nada dentro da estrutura administrativa do clube. Ao lado de outros amigos contamos ainda com um número insuficiente de sócios em condições de voto e que queiram mudanças e quem mais as quiser é bem-vindo, pode nos procurar através do contato aqui do site, que independe de posição política, não toma partido de A, B ou C e simplesmente dá liberdade a mim como colunista e a todos os demais de se expressar livremente, o que muito agradeço nesse momento.

O que nos une é e sempre será o Atlético, não o poder, nem as benesses que o cargo de direção junto a um clube emergente como o Furacão podem nos oferecer. Vença quem vencer as próximas eleições, tivemos a chance de debater idéias e fica nossa torcida para o grupo vencedor fazer também de nosso time dentro de campo aquilo que anda devendo já há algum tempo: justamente um time vencedor.


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