Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Não é bem assim...

14/11/2008


Afirmar que “num campeonato sem erros de arbitragem..blá blá blá... o Atlético teria menos pontos e seria o 19º colocado na competição” é uma inverdade sem tamanho. Bem, melhor análise que meu amigo Ricardo Campelo fez em seu brilhante texto Erros de jornalismo seria quase impossível, então sugiro a leitura. A realidade dos fatos não é bem assim como a matéria da globo quis mostrar.

Meus amigos coxas parecem não gostar muito do Dorival Junior. Talvez influenciados pela imprensa que acha o médio e irregular Carlinhos Paraíba o novo Gerson do futebol nacional e crêem que depois do menino de ouro Alex que não conquistou aqui o que Kleberson conseguiu em terras paranaenses mas é tratado como a nata do supra sumo do futebol das Araucárias, ele é o maior camisa 10 dessa região, acham que Dorival é ruim, fraco, teimoso e que o Verdão (de camisas brancas, calção preto e meias cinzas, por que verdão?) merece coisa melhor. Sem Dorival meus queridos, nem campeões estaduais teriam sido e nem fariam a campanha honrosa e até mesmo surpreendente no nacional deste ano! Mas segue e vida. Quem sabe com um treinador que seja mais populista voltem no ano do centenário para a segundona que tanto lhes fez bem.

Para terminar o assunto coxas, quando dizem que colocarão abaixo o Couto e construirão a mais bela obra da engenharia de arquitetura da galáxia e região metropolitana parecem se esquecer que isso demanda custos e garantias ao investidor. Se times com muito mais torcida e possibilidade de captação de recursos como o Corinthians apresentam ano sim, ano também maquetes e desenhos do “Fielzão” no sensacional “Ninho do Gavião” e outras viagens mil, acho improvável que saia do papel o belo sonho coxa, cortina de fumaça pelos resultados dentro de campo terem ficado aquém do prometido. Mas coloquem abaixo mesmo o Couto, antes que ele caia sozinho. Ah, e um recado ao vice-presidente coxa que disse que não jogariam na Baixada por nada, preferindo jogar em campo de suburbana e de graça: por anos sustentamos a folha salarial coxa levando grandes públicos ao Alto da Glória. Se não jogarão na Arena é pelo simples fato dos custos de abertura e manutenção de nosso estádio serem altos e inviáveis ao endividado rival. Boca fechada não entra mosca e nem sai M.

Quando meu amigo Rogério Andrade escreveu sobre os problemas do Náutico pode ter sido incisivo, mas não agressivo. O Timbu deve cair mesmo por suas próprias pernas e quem tem Roberto Fernandes de treinador deve se conformar com a série B. Por muito menos problemas o Goiás não jogará no Serra Dourada, cabe agora ao por vezes excessivamente zeloso STJD e o sempre solícito auditor Paulo Schimidt interditarem o Estádio dos Aflitos. Aliás, houve invasão de campo inclusive em partida contra o Atlético, mas em São Januário nunca acontece nada também. Aqui, um papel de bala ou um copo vazio vira notícia. Não é bem assim que as coisas deveriam ser.

Falando em notícia, o que dizer do Grande Jornal do Paraná? Dia desses passou em branco a notícia sobre o problema que parou na Delegacia de Polícia, com o ex-botafoguense Carlos Alberto fazendo uma denúncia, muito séria a meu ver, com relação a atos de discriminação racial vindo das sociais do estádio germânico, ali no Alto da Glória. Silêncio quase geral da imprensa local, que noticiou com ares de justiceira a infame torcida do Juventude em atitudes semelhantes diante de jogadores negros do Corinthians neste meio de semana. Por que se calar com o problema em nosso quintal? Não é bem assim que deveria se fazer jornalismo sério.

Estamos empolgados e felizes com a reação atleticana, mas vamos analisar os números: um dos piores ataques, dentro da última década será somente a 2ª vez que não faremos 100 gols no ano e pelo 3º ano consecutivo vamos comemorar o fato de ficarmos na metade inferior da tabela. 2009 vem aí e uma ampla reformulação deve ser feita, não só no elenco como principalmente na mentalidade do futebol atleticano. Títulos é o que queremos, ficar levando no oba-oba e eternamente apostando, principalmente no comando técnico do time não dá mais. Não é bem por aí que voltaremos a conquistar algo! Que o positivismo deste final de ano não nos iluda e nem cegue a torcida, lembrando que em dezembro temos eleições e chances de mudar os destinos do Atlético.

Por fim, é importante salientar para a Rede Globo que a torcida do Corinthians é sim gigantesca, incentivadora e uma das mais admiradas pelo Brasil. Mas nem todo mundo é corinthiano e nem deve mais ser catequizado com letrinha de torcida organizada na tela e muito menos ver um confronto de time do eixo sendo adiantado na rodada somente para passar na TV durante a semana em detrimento do único time brasileiro ainda vivo e com chances de vencer a Sul Americana como o Internacional! Mas ah se fosse um Botafogo da vida....

Não é bem assim que as coisas deveriam ser!


ARREMATE

“Ê, meu pai, olha teu filho meu pai/
Ê, meu pai, ajuda o filho meu pai /
Quando eu cair no chão segura a minha mão/
Me ajuda a levantar para lutar”
Ê, MEU PAI, Raul Seixas – em homenagem aos amigos Ernani e Thiago Henk, atleticanos há tempos!


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