Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

A que ponto chegamos!

14/11/2008


Fico aqui imaginando algumas coisas, quando faltam ainda pouco mais de quarenta e oito horas para a decisão do campeonato brasileiro. Três pontos contra o perigoso time do Vitória poderão nos deixar com a mão na taça. Não, não, com a mão na série A da próxima temporada. A que ponto chegamos! É exatamente isso que me faz refletir...

Lamento tudo isso, lamento mesmo! Lamento porque sou um torcedor fervoroso, apaixonado, possuo também essas características marcantes da nossa nação atleticana. E diante disso, não posso e não vou me conformar com situações deste tipo. Mais um ano não! O Atlético que se livre dessa bomba que é a segunda divisão e que tome providências urgentes em torno das mudanças em seu departamento de futebol.

O Atlético que se livre de uma vez dessa tormenta chamada série B e que definitivamente aprenda que o investimento no futebol é um dos passos mais importantes para o planejamento anual. Investir só quando o barco está afundando é um baita risco, e de correr riscos estamos de saco cheio.

O Atlético que chute para bem longe o fantasma da segundona e que a partir do próximo ano se preserve o que há de mais importante em seu patrimônio: o seu torcedor. O mesmo torcedor que é chamado para alianças com o clube somente em época de temporais e vacas magras. Torcedor como eu, que ano após ano tento alertar que o Atlético está caminhando na contramão das conquistas. Torcedor como o Juarez, Osmar, João, Zezinho e Dhiego, os quais sempre acharam que a marca “caparanaense” não nos traria nenhum título de campeão. Quase perdemos a nossa identidade, não fosse a fiel, vibrante e incansável torcida do Atlético.

Escrevo essa coluna, neste momento importante em que estamos quase livres da segunda divisão, para dizer que nossa memória não é curta, e que vamos exigir SIM mudanças no ramo do futebol para 2009. O Atlético está onde está por pura teimosia, por vaidades que por pouco, muito pouco, não nos derrubaram para a segundona já em anos anteriores. Tudo era importante, menos a opinião de quem, agora sim, adquiriu mais de 20 mil cadeiras na Baixada. Não dê ouvidos a eles, que imploram por Geninho, fecha com o Mário Sérgio. Ta aí o resultado...

Que sejam aprendidas todas essas e mais algumas lições. Que a humildade realmente seja a virtude número 1 para 2009. Que se calem aqueles que não sabem o que falar, e que desapareçam aqueles que fizeram da essência do futebol, um mero descaso. A essência do futebol é o gol, a sua torcida, a sua paixão. O futebol é feito de festa, de cerveja, de alegrias, de lágrimas e de amor. O Atlético há praticamente 3 anos não sabe o que é isso, mas não esmoreceu por completo porque possui uma das torcidas mais apaixonantes do planeta, que carrega o clube nas costas, no peito e no coração.

Que sejam revistos os conceitos do futebol dentro do clube e que, pelo amor de Deus, deixem as vaidades de lado. O torcedor não merece tanto sofrimento. Aliás, o torcedor não merece, ano após ano, acender velas e mais velas para fugir do rebaixamento, objetivo nosso de cada dia que se tornará, mais um ano, a nossa grande conquista assim que nos livrarmos do inferno. O torcedor do Atlético merece muito mais do que isso.

Que venham os três pontos de ouro contra o Vitória, para podermos ao menos permanecer por ali, na zona do agrião do campeonato brasileiro.

A que ponto chegamos!


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