Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Os nossos dias no inferno

10/11/2008


Estamos vivendo nossos dias às portas do inferno. Mesmo com a vitória contra a equipe do Figueirense, confesso que a apreensão toma conta da minha alma. Não me sinto confortável e acho que nenhum de nós atleticanos também esteja. Não paro de olhar tabelas, combinações de resultados, jogos dos adversários, cruzamentos e tudo mais que diz respeito a nossa permanência na primeira divisão. Isso afeta o meu dia a dia profissional. É inegável!

Como não sou um homem de pouca fé, acredito que poderemos sair dessa. E se isso de fato se confirmar, teremos vivido dias amargos, que estarão escritos na pedra, para jamais serem esquecidos. Esse é o nosso principal legado nessa campanha. Aprender que de boas intenções o inferno está cheio e que o “planejamento” não pode ser apenas uma planilha que deve (ou deveria) funcionar matematicamente. O futebol é imponderável e o tal planejamento, se tivesse sido bem executado, nos aliviaria dessas horas de sofrimento e tensão.

O fato é que nosso sofrimento vai durar ainda por mais quatro rodadas. O primeiro jogo é em casa, contra o Vitória parceiro do Atlético, o que já provocou comentários na imprensa nessa segunda-feira. O segundo jogo contra o Botafogo, que já está meio desmotivado, numa situação próxima a de outros clubes. Depois vem o Náutico de Bob Fernandes e por último o Flamengo, numa partida que será eletrizante. Esse é o nosso purgatório.

Nossa jornada há de chegar a um porto seguro, longe das tempestades e do medo de ir jogar com clubes que devem fazer parte do nosso passado. Não há glória na segunda divisão, apenas redenção pelos pecados cometidos. A segunda divisão é como se fosse um lugar que sabemos como é, e não precisamos retornar para viver nenhum tipo de experiência.

Chega de sofrimento! Os corações da nossa gente não merecem isso. Quero passar bem longe do inferno. Quero ficar na primeira divisão!


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