Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 44 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

A única certeza

31/10/2008


Já não sei de mais nada. Quando achávamos que viria a primeira vitória atleticana em São Januário, nosso sistema defensivo abriu todo o espaço do mundo para o baixinho Mádson incorporar o "Sobrenatural de Almeida" e enfiar um balaço na gaveta, com força inacreditável...

Fizemos 2 gols fora de casa: nosso ataque melhorou ou perdemos a oportunidade de fazer ainda mais gols na pior defesa do campeonato? O empate foi bom, considerando nosso péssimo retrospecto fora de casa, ou foi realmente um resultado com sabor de derrota? Pedro Oldoni desperdiçou a vitória ao não fazer 3x1, ou Valencia nos salvou da derrota por 2x0 ao tirar uma bola a caminho do gol? Continuamos rumo ao rebaixamento, ou há uma melhora no time, capaz de nos tirar desta situação?

Difícil responder a estas questões. O torcedor está muito confuso - falo por mim e pelos diversos atleticanos que eu conheço. O futuro é incerto, e só o destino responderá a tudo isso. A única certeza que temos é: o momento é de apoio incondicional! A torcida tem que fazer de tudo para que não aconteça essa catástrofe que seria o rebaixamento.

O leitor sabe que não levo jeito para Renê Simões. Falar em sonhos, pregar a fé desprovida de fundamentos, não é comigo. Minha análise é mais objetiva e, por isso, crítica, tendo em vista o negro retrospecto do Atlético nos últimos tempos. Porém, nesse momento em que a razão deixa de estar presente nos resultados, nesta reta final que vira tudo de cabeça para baixo, o côro dos atleticanos deve ser uníssono: apoio e mobilização.

Existem cenários, baseados em prognósticos feitos com pés-no-chão, que demonstram a possibilidade de escaparmos da degola. Meus cálculos impõem a conquista de 11 pontos, sendo imprescindível não perder para Figueirense e Náutico, além de vencer as três partidas que restam em casa. Outros colegas da Furacao.com têm projeções diferentes, e em todas elas a possibilidade de nos livrarmos é concreta.

Domingo, começaremos a escrever algum destes cenários. Todos atleticanos têm o dever de comparecer ao estádio, apoiar, gritar, e incentivar. Vaias são proibidas durante os 90 minutos.

"Rubro-negro, Eu te digo,
Nesta campanha estarei sempre contigo.
E cantaremos de coração,
o tempo todo incentivando o Furacão."


Este é o espírito. À luta!

Admiração

Como todos que assistiram ao jogo de ontem, sofri com os gols perdidos por Pedro Oldoni. Ele, que fez um gol aos trancos e barrancos, mas perdeu dois outros que nos assegurariam a vitória, não pode ser poupado de críticas. Porém, ao ler na imprensa que ele saiu de campo chorando; ao ver suas declarações assumindo a responsabilidade pelo resultado, despertei uma admiração pelo atacante. Não por sua qualidade técnica, mas por mostrar ter vergonha na cara. Por se incomodar com o resultado. Nesta reta final, é mais provável que sejamos salvos por um jogador fraco tecnicamente, mas que tenha motivação, do que por um suposto "craque', como Ferreira, que sequer comemorou nosso segundo gol. A Oldoni, Galatto, Valencia, e todos que honram a camisa atleticana, meus respeitos.


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