Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Missão possível

29/10/2008


Talvez isso não aconteça em todas as situações da nossa vida, mas em muitas ocasiões somos induzidos a fazer algo, seja pela influência de pessoas que amamos, seja pelo nosso trabalho, seja pelos nossos filhos, seja simplesmente pela nossa própria intuição. A verdade é que em alguma parte da nossa vida acabamos sendo pessoas vulneráveis, talvez um pouco pelo momento que estamos passando, talvez outro pouco pela tristeza ou falta de esperança que habita nosso ser. É duro, mas às vezes somos seres manipuláveis, embalados pelo mundo e incitados à realização de alguma tarefa.

Mas há, por outro lado, uma força sobre-humana que também nos move, geralmente nos momentos mais árduos, mais bruscos, mais escuros. Talvez isso tenha muita relação com o desejo, com os nossos impulsos, pretensões, apetites, determinações, fantasias ou prazeres. E da mesma forma somos pegos pela naturalidade dos nossos atos e, sem que ninguém espere, nos transformamos em gigantes ou rolo compressores em busca de objetivos até então praticamente impossíveis.

É mais ou menos como a história dos dois meninos que brincavam sobre o gelo e, sem que menos esperassem, a geleira se rompe e um deles desaba e mergulha na água fria. Desesperadamente o outro menino, ao contrário de fugir das rachaduras e de outro provável desabamento, começa uma luta de extraordinária grandeza em busca da mão do outro menino, com o objetivo de puxá-lo e mantê-lo vivo. Muitas pessoas ao lado da geleira o chamavam, gritavam e alguns, mesmo temendo a própria morte, ameaçavam correr sobre a geleira e salvar, ao menos, o menino que ainda estava sobre o gelo. Em vão... por ser portador de uma deficiência auditiva, o menino naturalmente ignorou o mundo, as pessoas e o improvável, continuou em busca do seu maior objetivo e salvou o amigo, como o ato mais nobre que um ser humano pode ter. Não, ele jamais desistiu!

Pois é, somos humanos, portanto, inundados de sentimentos, obrigações, responsabilidades, compromissos, sonhos e ilusões. Somos magníficos, essa é a grande verdade da vida!

E quando fechamos os nossos ouvidos aos absurdos do impossível, damos o primeiro passo para tornar possível todos os nossos sonhos e os nossos ideais.

Ao Atlético, até o dia 07 de dezembro de 2008, nada será impossível. Tarefas árduas? Confrontos pesados? Batalhas gigantescas? Verdadeiras guerras dentro de campo? Sim, teremos de tudo e passaremos pelas mais diversas provações, mas daqui, até o último apito do final de um jogo de futebol, nós e todos os que estiverem levando no peito o manto atleticano, faremos de cada jogo, uma verdadeira decisão. Mais do que todos os outros fatores do universo, prevalecerá o nosso desejo, o nosso apetite, a nossa paixão e a nossa fé. Mais do que um time, seremos o exército da nação mais apaixonada do mundo!

Nossos ouvidos estarão fechados à imprensa, às estatísticas, aos adversários e ao improvável. Nossos passos serão guiados em busca do nosso ideal maior, movidos pelo batimento cardíaco de cada torcedor atleticano. Sim, nós não vamos acreditar que é impossível ou muito difícil, porque nós vamos lá e vamos fazer.

Vamos fazer o Atlético ficar onde merece: na elite do futebol nacional!


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