Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Entre o sonho e a realidade

29/10/2008


A trajetória atleticana neste Campeonato Brasileiro foi pautada na esperança e na expectativa. Esperança de que o pior não acontecesse e expectativa de melhora a todo o momento. A crença de que o Atlético não será rebaixado tem sua base na esperança e na expectativa e desta forma acreditei e continuo acreditando até o fim que existe uma luz no fim do túnel como afirma a amiga Nadja Mauad. Ela existe sim, está lá a alcance, dependendo apenas de nossas forças, a partir da hora que, no campo, os resultados sejam concretos, reais, menos baseados nas citadas expectativas e esperanças.

No último sábado o resultado foi real, aconteceu na Baixada aquilo que tanto esperávamos. O Atlético derrotou o então vice-líder Cruzeiro. Mais do que os aguardados três pontos, a apresentação atleticana alimentou as esperanças de seus torcedores, aumentou a expectativa, pois de certa forma tudo isso precisava caminhar junto, o concreto e o abstrato. Por maior que sejam nossas esperanças, expectativas e crenças, só sairemos desta com resultados positivos, pois apenas sonhando ninguém se mantém na primeira divisão. E finalmente parece que podemos contar com uma resposta dentro de campo, o grupo assimilou a necessidade de reação imediata e superou-se nos últimos dois jogos, mesmo tendo sido negativo o resultado no Beira Rio.

Amanhã voltamos a acreditar em um bom resultado no Rio de Janeiro contra o Vasco. No pouco saudoso São Januário, onde estive por duas vezes acompanhando o Atlético e de certa forma lutando para sair inteiro da Barreira do Vascão, como é chamada a região do estádio, o Furacão terá que superar alguns traumas importantes para enfim vencer duas partidas consecutivas neste campeonato. O principal deles é o fato de ter vencido somente o Ipatinga fora de casa, na distante estréia no mês de maio, tendo acumulado treze derrotas e somente um empate na estrada do Brasileirão. Este retrospecto péssimo é mais traumático do que o tabu de nunca ter vencido o Vasco em seus domínios, pois isto pesa muito menos do que aquilo, já que os anos passam, os jogadores mudam e determinante no caso em análise, os dirigentes se alternam.

O Atlético terá um verdadeiro teste de fogo pra apagar os traumas do passado recente fora de casa e de todo seu passado em São Januário. Uma vitória ou até mesmo um empate contra o Vasco possibilita uma pequena arrancada no campeonato no caso de manutenção do serviço em casa contra Sport e Vitória somado a outro resultado positivo em Florianópolis, contra o Figueirense, no intervalo do confronto contra os rubro-negros do Nordeste. Seriam assim cinco jogos sem perder, uma folga em relação ao G4 do rebaixamento e uma pequena gordura para queimar nos complicados confrontos contra Náutico e Botafogo, fora de casa, na reta final do Brasileirão.

Tudo depende do Atlético, dos seus jogadores e seu treinador, pois fora de campo continuaremos acreditando, mantendo viva a esperança e na expectativa de assistir a uma boa apresentação atleticana que nos alivie da pressão pela má campanha em 2008.


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