Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Valeu a pena!

28/10/2008


O jogo do último sábado, contra o bom time do Cruzeiro, foi um daqueles jogos recheados com todos os ingredientes de um grande jogo de futebol. Era o “nosso” jogo, em que a lição de casa teria que obrigatoriamente ser feita. E foi. Foi feita com suor, com sofrimento. Foi um jogo em que o ingrediente principal foi a emoção. Fazia algum tempo que eu não me emocionava na Baixada. Foi um jogo em que as lágrimas repousaram com alívio nas faces e mais faces de centenas de torcedores. Ufa, ganhamos do Cruzeiro!

E como foi mágica a noite na Baixada!

Cantamos, vibramos, xingamos, sorrimos, choramos. Roemos praticamente todas as unhas das trêmulas mãos. Pedimos aos céus uma pontinha de esperança, quem sabe uma nova luz para continuarmos sonhando e acreditando que nós podemos “SIM” permanecer na elite do futebol brasileiro.

Ah... que saudade do meu Atlético!

Um Atlético que resgatou, em algum lugar, a motivação para continuar lutando. E a luta valeu a pena! Valeu a pena perceber que Netinho queria mesmo voar baixo... e voou! Valeu a pena apreciar a postura e a categoria de Rafael Santos, um monstro que parecia fazer a decisão mais importante de sua vida. Valeu a pena voltar a ver o velho e guerreiro Antonio Carlos (cara, é isso que a gente espera de você... é tão difícil assim?). Valeu a pena ter novamente a tranqüilidade e a bravura de Valencia, protegendo a zaga como um verdadeiro leão. Valeu, e valeu muito, observar em Gustavo que a persistência é uma das grandes virtudes do ser humano. Valeu sim, valeu a pena ver Ferreira voltar a jogar futebol. Valeu muito a pena explodir de alegria quando Rafael Moura estufou a rede da Baixada.

Ah valeu... e como valeu a pena! Quantas saudades eu estava do meu Atlético.

Valeu a pena rever os amigos... valeu a pena saber que a paz ainda reina no país do futebol (uh... terror, a Máfia Azul – Fanáticos). Valeu muito a pena roer as unhas, os dedos, e rezar... rezar muito para que os deuses da bola nos dessem mais uma vez a alegria de uma vitória. Por Deus, pela Pátria, pelo Atlético!

Valeu a pena pular alto, abraçar o irmão atleticano nunca visto antes... abraçar o vizinho de cadeira, o filho, o sogro e a noiva e gritar bem alto: “sim, nós estamos vivos!”

Valeu a pena sair da Baixada sábado e ter a certeza de que o Atlético voltou a ser o “nosso” Atlético. E a certeza de que a estatística não passa de um número, mas a união, a paixão e a fé são muito maiores no peito de cada atleticano do que simples percentuais na cabeça de matemáticos.

“Valeu Atlético... valeu a pena!”

Vamos continuar na primeira divisão.


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