Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Esperança III

27/10/2008


Alguns podem achar somente uma ilusão. Alguns podem pensar não passar de uma “brisa”. Quem sabe julguem ser sonhos de uma noite de verão. Eu chamo isso de esperança.

Esperança que o time jogue com aquela garra, que consiga vencer um adversário sabidamente mais forte e poderoso. Os números não mentem e sábado foi o jogo do vice-lanterna contra o vice-líder. Ainda não havíamos vencido nenhuma equipe superior a nossa, no máximo times médios mas que estavam naquele momento piores que o Atlético na classificação.

Sábado reascendeu a esperança! Sábado os guerreiros que entraram em campo se dedicaram de corpo e alma e renovaram as esperanças do torcedor atleticano em termos dias melhores ainda nesse campeonato brasileiro que não vai deixar saudade nenhuma quando terminar. Sábado a vitória diante do excelente Cruzeiro, que terá minha torcida para o restante da competição, mostrou aquilo que li na Tribuna do Paraná de sábado que seria cobrado pelo carismático Geninho: algo mais do que raça.

Raça os jogadores do Cruzeiro também tinham; qualidade eles mostraram ter de sobra e com certeza estavam tão motivados quanto os atletas rubro-negros para conquistar três pontos em busca do título. Tínhamos, conforme dito por Geninho, que ter uma coisa a mais. Alguma coisa que não se explica direito, algo que ninguém consegue colocar dentro do cidadão, é aquela alma inflamada, aquela coisa interior que faz o atleta se redobrar, que faz Ferreira correr um pouco mais, que faz Netinho dar uma voadora para tirar a bola da área, que faz um Rafael Santos claramente mancar e chegar mesmo assim antes que o atleta cruzeirense, que faz um Antonio Carlos voltar a jogar o que sabemos que joga, aquela coisa que faz o beque Gustavo, que nem era visto pelo acometidos de miopia cerebral que a direção costuma contratar, entrar em campo, dar carrinho e sair com câimbras de tanto se esforçar.

O algo a mais é o que somente nós atleticanos conseguimos sentir, é aquilo que somente os que envergam o manto sagrado dentro das quatro linhas conseguem sentir, é o que somente um atleticano de verdade como o lateral Alberto, contundido mas torcendo como os mais fanáticos torcedores ali nas cadeiras VIP consegue sentir. É algo tão forte, algo que nos faz tão superiores e inigualáveis perante as outras torcidas, em especial as outras de nossa capital que é o verdadeiro sentido da eterna inveja que sentem com relação ao Atlético. É algo somente nosso, algo que eles nunca terão o prazer de sentir.

Esperanças renovadas que dias melhores virão. Esses dias serão coroados com vitórias mas teremos que ter o discernimento de saber que entre elas também ocorrerão derrotas, faz parte do jogo e este time não vai, simplesmente com vontade e dedicação se tornar uma máquina de jogar futebol. Mas este time, que já havia feito uma boa partida diante de outra forte equipe fora de casa, perdendo para o Internacional mas vendendo caro a derrota voltará a campo, mas agora com energias redobradas, com a fé redobrada e principalmente com a esperança redobrada de que podemos sim ter um bom resultado diante do Vasco da Gama em São Januário.

O que nos diferenciava dos times na rabeira da tabela era a extrema desesperança do sofrido torcedor atleticano, mas isso revertido em astral positivo, em esperança de que vamos conseguir permanecer na elite nos fará ainda mais fortes desafio a desafio, jogo a jogo, sempre ao lado do nosso Furacão.


ARREMATE

“Vivemos esperando/
O dia em que seremos melhores”
DIAS MELHORES, Jota Quest


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