Rafael Lemos

Rafael Fonseca Lemos, 49 anos, é atleticano. Quando bebê, a primeira palavra que pronunciou foi Atlético, para desapontamento de sua mãe, que, talvez por isso, tenha virado coxa-branca. Advogado e amante da Língua Portuguesa, fez do Atlético sua lei e do atleticanismo sua cartilha. Foi colunista da Furacao.com de 2007 a 2009.

 

 

Ah, coxarada, eu CINCO muito!

24/10/2008


Segundo o genial Mário Quintana, “A morte deveria ser assim: um céu que pouco a pouco anoitecesse e a gente nem soubesse que era o fim”.

Segundo este humilde colunista, “Minha morte deveria ser assim: eu, na UTI, aos 97 anos, por conta de algum AVC ou gangrena, sussurrando ao ouvido do Flávio, meu irmão querido, que a vida valeu a pena”. E era o fim.

Digo “E era o fim”, mas o fim ainda não seria. Um derradeiro travessão: “Flávio, irmão querido, agora que estou pra lá de fudido de AVC e gangrena, preso neste ambiente nada asséptico, te confesso que a vida valeu a pena: estou morrendo é de amor. Saudades de você e do Atlético”. E era o meu fim.

Digo “E era o meu fim”, mas o fim ainda não seria (Estão pensando o quê? Morrer é coisa que demora, a gente leva uma vida inteira até morrer. Tenham um pouco mais de paciência). Derradeiríssmo parágrafo (agora eu morro, prometo!).

“Flávio, irmão querido, a coisa mais ridícula que testemunhei na minha vida foi ver seu time, o coxa, ser campeão brasileiro, com saldo de gols negativo, em cima do Bangu, num jogo patético! Flávio, perdoe minhas últimas palavras: Hey, coxa, vai tomar no cu! Campeão mesmo só o Atlético!”. E após declamar tão maravilhoso poema em meu leito de morte, devolveria minh’alma a Deus. E era o meu fim, até que enfim!

No outro dia, o obituário da Gazeta: “Rafael Fonseca Lemos, 97 anos, Advogado, Professor e Atleticano. Quando bebê, a primeira palavra que pronunciou foi Atlético, para desapontamento de sua mãe. Ao morrer, a última palavra que pronunciou também foi Atlético, mas antes o velho desbocado e fanático fez questão de consignar: “Hey, coxa, vai tomar no cu!”, atitude que já era esperada por seu resignado irmão, Flávio Fonseca Lemos. Nenhum desapontamento".

Moral da História Imoral de hoje: Atleticano que se preze debocha do coxa até estando na UTI!

A coxarada estava sonhando com a Libertadores? CINCO muito, coxarada, mas vocês levaram o merecido fumo, o popular chumbo grosso, a famosa tunda: 5 a 0!

A coxarada estava sonhando em conquistar as Américas? CINCO muito, coxarada, mas vocês não nasceram pra fazer História, vocês nasceram pra ficar histéricas!

E o deboche carioca foi tão grande que mandaram o goleiro bater o último pênalti e cravar a última estaca. CINCO muito, coxarada, mas na verdade por vocês eu não sinto nada (talvez pena, talvez...).

Atleticano que se preze debocha do coxa até estando na UTI! Sou Atleticano, estou na UTI, talvez o campeonato brasileiro de 2008 me mate, mandando-me pro Inferno da Série B 2009. Morro e vou pro Inferno, mas vou pra lá tirando sarro da cara de vocês. Atleticano que se preze debocha do coxa até estando na UTI. Rivalidade é assim mesmo, CINCO muito!

P.S.:

1. Parabéns à fabulosa Torcida Organizada Os Fanáticos - T. O. F. - pelos 31 anos de vida completados hoje! Os Fanáticos são a própria alma do Atlético. Loco é poco!;

2. Seja solidário, acesse o link e dê uma mãozinha para o seu amigo coxa que hoje está sofrendo (é só acessar, copiar a mãozinha que está lá piscando e mandar para o amigo coxa, por e-mail):

http://www.flaparana.com/site/?p=326;

3. Amanhã é o dia de abraçarmos a Arena e o Atlético; DIA DE RESGATE ATLETICANO; DIA DE REAGE, ATLÉTICO!


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