Michele Toardik

Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.

 

 

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24/10/2008


Como está difícil escrever algo no dia de hoje, pois assim como todo atleticano estou com os nervos em frangalhos, receosa, triste e praticamente desesperada. E, restam poucas horas para o início de um dos jogos mais importantes da nossa história.

Sei que não posso dar uma de louca, me postar de maneira extremamente otimista e fazer de conta que acredito piamente numa vitória do nosso atual elenco, afinal de contas o retrospecto recente não é dos mais animadores.

Por outro lado, também não posso me dar por vencida e virar as costas pra tudo aquilo que eu sempre acreditei.

Justo eu, que era umas das mais convictas na invencibilidade dentro de casa, naquele lance da mística da Arena e até mesmo dos sinais que eram possíveis sentir ali dentro. Coisa de maluco rubro-negro!

Mas até isso foi arrancado de mim e a mesma insegurança que acometeu os nossos jogadores também tomou conta da grande maioria da torcida, o que tem dificultado bastante o exercício de acreditar.

Ontem a noite, perdi completamente o sono, motivada pelos pensamentos nessa reta final do Brasileirão. Me peguei pensando nessa onda de “má sorte”, do quanto parece impossível levantar a cabeça diante de tantas adversidades, porém, me recusei a aceitar essa história de rebaixamento.

No fundo, todo atleticano mantém firme e forte o seu fio de esperança, simplesmente porque o nosso Atlético nunca conseguiu nada de mão beijada, sendo que todas as nossas conquistas foram lapidadas por muita luta e superação.

Analisei as contas realizadas pelo Juarez (na sua última e excelente coluna) e percebi que foram cálculos bastante conscientes e plenamente possíveis. E, todos nós, temos a obrigação moral de manter as esperanças. Rumo aos 42 pontos!

Em nome de tudo que o nosso amado rubro-negro já nos agraciou, temos que nos manter firmes e aderir a esse clima de reação! Afinal, todo atleticano tem muito mais do 42 motivos para isso, senão vejamos:

1) O retorno à Baixada em 1994, após sacrificados anos junto ao Pinheirão.
2) O Campeonato Brasileiro da Série B, que marcou o início de uma nova trajetória.
3) O gol de bunda do raçudo Matosas, na Estradinha.
4) Tantos memoráveis Atletibas.
5) Os saudosos poloneses que passaram e brilharam por essas bandas.
6) Oséas e Paulo Rink.
7) A “matada” de costas do Alberto em pleno Couto Pereira.
8) Ricardo Pinto.
9) Os tijolinhos da antiga Baixada.
10) A inauguração da Arena.
11) Os buzinaços pela cidade.
12) Atlético Campeão da seletiva em 1999.
13) Recepção dos jogadores campeões no aeroporto.
14) O quadrado mágico: Kelly, Adriano, Lucas e Kleber.
15) As filas para comprar ingressos, pressuposto de casa cheia e show nas arquibancadas.
16) Os gols do Alex Mineiro na reta final do Brasileirão/2001.
17) Geninho.
18) A vitória sobre o Fluminense (3x2) e, a beleza do último gol que caprichosamente bateu na trave antes de entrar.
19) O título Brasileiro de 2001!
20) Ter um jogador atleticano na Seleção Pentacampeã Mundial.
21) Atlético 5x2 São Caetano no Brasileirão de 2004.
22) Washington.
23) A cobrança de pênalti do Lima contra os coxinhas, na Final do Paranaense de 2005.
24) O massacre em 2005. Atlético 7x2 Vasco.
25) Os dois jogos contra o Santos de Robinho & Cia, pela Libertadores. O que parecia impossível, tornou-se realidade!
26) Soy loco por ti América...
27) A montagem das tubulares para a Final da Libertadores.
28) A invasão rubro-negra a Porto Alegre.
29) Disputar a Final da Taça Libertadores da América. E saber que poderia ter sido bem diferente...
30) Enfrentar o River Plate na Arena. Com certeza a classificação para a próxima fase da Sulamericana foi apenas um detalhe!
31) Atlético 3x0 Vitória pela Copa do Brasil. Na medida certa!
32) O primeiro mosaico do Brasil e os demais.
33) O gol de placa do Denis Marques em 2006, onde driblou uma galera e na finalização deixou 2 jogadores caídos.
34) O gol do Michel contra Grêmio em 2007.
35) A expulsão do Tcheco no mesmo jogo.
36) Um dos jogos mais emocionantes da história dos Campeonatos Brasileiros: Atlético 6x4 Vasco.
37) A ilusória, porém, sensacional seqüência de vitórias atingida no início deste ano e que nos fez reviver o Furacão de 1949.
38) Claiton, que durante a sua curta passagem vestiu com amor e dignidade a camisa rubro-negra.
39) A comodidade e orgulho de ser Sócio Furacão.
40) O ínicio das obras da reta da Brasílio Itiberê.
41) Fazer parte da melhor e mais vibrante torcida do mundo!
42) O arrepio que se sente ao vislumbrar a Arena lotada, extasiada e confiante.

... entre outros milhares de motivos!

Pois amanhã é dia de (mais uma vez) fazer a diferença, deixar de lado a fase ruim e acreditar que esse jogo, assim como os demais que se seguirão até o final do Campeonato, serão milagrosos e marcarão positivamente a Galeria histórica atleticana.


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