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Carlos Antunes
Carlos Roberto Antunes dos Santos, 79 anos, é professor de História e foi Reitor da Universidade Federal do Paraná entre 1998 e 2002. Filho do ex-treinador Ruy Castro dos Santos, o famoso Motorzinho, técnico que criou o célebre Furacão de 1949. Nos anos 50 e 60, jogou nos juvenis do Atlético, sagrando-se bicampeão paranaense. Foi colunista da Furacao.com entre 2007 e 2009.
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Começar de novo
19/10/2008
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2008, um ano pra esquecer! Na verdade a crise sempre foi parceira do Atlético. Sem ela não haveria o Furacão. Só que neste ano, tudo dá errado. E sempre buscamos recomeçar para buscar a recuperação em patamar superior. Desde o grave equÃvoco em dispensar o Ney Franco, passando pelo desmantelamento do time que nos custou a perda do Campeonato Paranaense, a lastimável desclassificação da Copa do Brasil e contando com um dos desempenhos mais medÃocres do Clube num Campeonato Nacional, o Atlético entrou na primavera com a cara do inverno: frio, inerte, pesado e sem cores. Entretanto, o pior é aceitar a sina de rebaixado. E esta começa a fazer morada na Baixada.
O jogo contra o Inter se inscreve nesta passividade e aceitação: o pior já passou e vamos ser rebaixados. O perigoso convencimento do nosso afundamento foi demonstrado pelas ausências da euforia, apreensão, angústia e tensão próprias da expectativa do torcedor quando assiste a um jogo do CAP. Confesso, este não foi o meu estado de espÃrito quando liguei a TV para assistir esta partida. Praticamente, nenhum dos sentimentos acima estava presente, cedendo lugar à indiferença, ao desinteresse e à desimportância.
O CAP não jogou mal, poderia até, com um pouco de sorte, ter conseguido um empate, mas o não acreditar mais em milagres nos dá a plena certeza e convicção que o imprevisto, a boa surpresa e o inesperado há muito deixaram a Baixada e foram fazer moradas em outras plagas. Na verdade, o desabafo nos leva a não acreditar neste time do qual pouco ou nada mais se espera.
Mas, dirão alguns, a matemática ainda nos joga as bóias necessárias para evitar o afogamento. Entretanto, o clima que se estabeleceu interna e externamente após todos os resultados negativos e com altos dirigentes jogando a toalha, para evitar o afundamento do Titanic só esvaziando os mares.
No sábado, ao ver as manchetes na mÃdia, eu me pergunto o que é mais importante: fazer amplas gestões para trazer a Copa para Arena (uma ou duas partidas) ou fazer das tripas coração para evitar o rebaixamento. Dane-se a Copa se temos de somar os esforços para não cair para a Segunda Divisão! E ser rebaixado é uma vergonha sim! Nada pode nos convencer que temos que nos acostumar com a sina de enfrentar no próximo ano o ABC, o Brasiliense, dentre outros, mas que em 2014 sediaremos a Copa.
De qualquer maneira temos que avançar, e independente do que possa acontecer, a crise pode ser pedagógica: é hora de pensar num novo Furacão, com novos jogadores, novos dirigentes e novas prioridades. Indiscutivelmente a maior prioridade é montar uma grande equipe de futebol que seja digna das tradições rubro negras. Portanto, vamos começar de novo e contar com o apoio desta imensa torcida que constituà o maior patrimônio do Clube Atlético Paranaense.
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