Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Fim do mundo

25/09/2008


Em meados deste mês foi colocada em funcionamento a maior máquina já feita pelo homem, o acelerador de partículas que pretende simular o “big bang”, a gênese do mundo, como tudo começou. Para alguns mais supersticiosos ela é sim a máquina do fim do mundo, ainda mais com o ser humano poluindo e degradando o meio ambiente em que vive de maneira desordenada como de tempos pra cá. Como diria seo Paulo, “ o fim do mundo tá acabando” .

É pai jogando filho pela janela, é filho matando mãe a facadas, é empregada maltratando velhos, é Lula presidente, é time com dinheiro em caixa mas baixo investimento no futebol, amigo baladeiro ficando noivo (não é mesmo McFly?) é Ronaldo com suas mil e uma namoradas lindas sendo pego com traveco, é Robinho saindo daquele que talvez seja o maior clube de futebol do mundo para jogar num obscuro time de subúrbio na Inglaterra, é coxa na frente do Atlético num campeonato de 1ª divisão. É muita coisa estranha acontecendo ao mesmo tempo!

Até Petraglia não centraliza mais tanto as coisas no Atlético! O fim do mundo parece próximo realmente...

Dentre as coisas estranhas, vimos os jovens e guerreiros rubro-negros, que mal tinham banco de reservas encarar com força e garra o popular Chivas no lendário Estádio Jalisco em Guadajara. Lá o menino Vinicius se agigantou, Chico tomou conta da zaga, cobriu laterais e se postou como gente grande do meio, o predestinado Pedro estava no lugar certo e na hora certa e nos desdobramos para conseguir um importante resultado. Este jovens valores mostraram que para jogar no Atlético hoje tem que ter vergonha na cara, disposição e vontade de vencer. A longa e desgastante viagem, as horas entre aeroporto-hotel no mais que caótico trânsito mexicano não foram obstáculo para esses meninos que mostraram garra, luta e servirão de exemplo para os atletas que enfrentarão nosso rival Coritiba no jogo de domingo.

É de se estranhar que os meninos é que vão dar exemplo para os mais experientes, mas a lição que eles deixaram ontem diante de um dos maiores clubes das Américas deve ficar bem nítida na mente dos jogadores que tem um desafio importante domingo, diante do bom coxa que ainda joga em casa. Mas é chegada a hora de construirmos uma nova história nesse Brasileiro e ligarmos a máquina do fim do mundo do rival que não sei porque quer tanto jogar a Libertadores ano que vem, visto sequer conseguirem passar de fase.

FALAR O QUE?

2004, véspera de Atletiba. Perguntado sobre quem era o favorito para o título, o bom goleiro Diego disse sem titubear: “ Com todo respeito ao Coritiba, para mim o favorito é o Atlético, pois jogamos por dois resultados iguais e decidimos ao lado da nossa torcida.”

Manchetes dos jornais no dia seguinte: Diego menospreza rival!

A partir dali Diego passou a também gravar qualquer declaração para evitar esse tipo de sensacionalismo bobo e barato.

2008, véspera de Atletiba. O também goleiro Galatto é perguntado sobre quem deve vencer o clássico: “O time cresce nas dificuldades. Não tem favorito no Atletiba. Vamos vencer o jogo. O Atlético não vai cair para a segunda divisão.” .

Manchetes do dia seguinte: Torcida coxa quer dar cala boca em Galatto!

Parece brincadeira (e de muito mau gosto). Queriam que eles dissessem o que, que o coxa está melhor por isso vai ganhar, que estamos treinando duro, nem viajamos para o México, mas já sabemos que o Coritiba, por estar mais bem colocado na tabela deve nos vencer mesmo, que treinamos duro, vamos lutar bastante, mas o coxa é que vai vencer?

Um pouco mais de cuidado e profissionalismo faria muito bem a imprensa esportiva local. Mas aí acho que já seria o fim do mundo mesmo.

ARREMATE

“Na copa de 58 Pelé deu um chute e a bola subiu/
Calmamente eu matei no peito/
Toquei de trivela era gol do Brasil”
O BOM DE BOLA – Dicró


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