Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Questão de prioridade

24/09/2008


O Atlético enfrenta o Chivas Guadalajara esta noite no México, mas as atenções no clube e dos torcedores estão voltadas para o Atletiba de domingo. Não que o Chivas mereça ser desprezado, pelo contrário, pois desde 2005 a América Latina sabe da força deste tradicional time mexicano, outrora base da seleção de seu país e colecionador de boas campanhas na Libertadores. Ocorre que o Campeonato Brasileiro está afunilando, faltam apenas 12 rodadas para o seu término e a situação rubro-negra é crítica. E a tabela não é favorável, pois dos jogos restantes, sete são fora de casa, incluindo os dois próximos, fundamentais para a salvação do clube.

Discordo do meu colega e amigo Juarez que questiona a razão do clube enviar somente 14 atletas para Guadalajara, mesmo sendo notório que o Atlético pretenda consagrar sua marca no exterior. Na vida precisamos definir prioridades e no atual momento não existe outra escolha ao Furacão senão focar no Campeonato Brasileiro. Na Sul-Americana nos resta torcer para que nossos representantes consigam um bom resultado no México e consigamos a classificação para as quartas-de-final quando novamente devemos duelar contra o River Plate. Se não der, paciência, pois este torneio foi deixado de lado não nesta semana, mas desde o início do Brasileirão quando iniciou-se o martírio atleticano.

No domingo, na casa do rival, um duelo que pode ser o divisor de águas do Atlético na reta final deste campeonato. O Coritiba não é uma máquina, os próprios torcedores rivais sabem que o coxa é apenas um time bem acertado, entrosado e, especialmente, bem treinado. Isso é tudo que o Atlético não foi até agora neste campeonato nacional. Certamente está sendo bem treinado com Geninho, mas nosso treinador não é milagreiro e, portanto não fará nada além do que é possível para consertar a bagunça que se transformou nosso time após o tempo perdido com Roberto Fernandes, seu amigo preparador físico e o excesso de contusões que vitimou mais da metade dos atletas titulares.

Vencer o Coritiba no Couto Pereira, destacando o fato deste jogo ser um clássico, fora de casa, certamente dará confiança necessária para o elenco atleticano embalar na competição. Precisamos urgentemente de uma vitória fora, já que não basta vencer todas na Arena para livrar o clube do rebaixamento. O clássico é uma boa oportunidade, tanto pelo fator motivacional, como ainda mais por ser o próximo jogo. A reação não pode ser adiada e a primeira oportunidade é esta. Ninguém de sã consciência pode acreditar que o rebaixamento não seja ruim. É péssimo! E o Atlético precisa sair desta situação enquanto ainda depende apenas de suas próprias forças.

Enquanto isto, pelos gramados da América Latina, segue a Copa Sul-Americana que não pode ser priorizada, mas ao menos nos proporciona uma situação mais confortável que o Campeonato Brasileiro.


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