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Patricia Bahr
Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.
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Dá vontade de chorar
03/09/2003
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A fase atual do Atlético me faz lembrar um velho dito francês: "Plus ça change, plus c’est la même chose" ("quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem como são"). Sai técnico, dispensam jogadores, contratam algumas caras novas e permanece tudo como antes: derrotas ridículas, para adversários modestos.
Desculpem, mas não dá mais para a agüentar. Perder para Vitória, Fortaleza, Criciúma, Guarani, Figueirense, Fluminense, Vasco é de chorar. Nosso principal atacante está passando pelos seus “59 dias de má fase”. Seu companheiro de ataque só joga bem contra adversários de prestígio nacional (é o velho Alex de sempre). Nossa zaga não tem mais solução: pode jogar até com dez zagueiros que nós vamos continuar tomando gols bobos, de jogadas ensaiadas pra lá de conhecidas. Nossos laterais não cruzam uma bola corretamente. E agora estamos convivendo com algo que todos temiam: até o Adriano jogou a toalha. Assim não dá!
Dá vontade de chorar ver o Atlético em campo. O time ainda não apresentou um padrão de jogo, não definiu seu esquema tático (e olha que nós já estamos entrando na 30ª rodada da competição) e sequer descobriu a melhor maneira de atacar e se defender do adversário. Com exceção de dois ou três jogos neste Brasileiro, em todos os outros o Atlético parecia não saber o que fazer quando tinha a posse de bola. Onze jogadores perdidos em campo, batendo cabeça.
A salvação continua sendo o goleiro Diego. Mesmo quando falha (como no jogo contra o Fortaleza), consegue ser um dos melhores em campo, com defesas milagrosas. Às vezes, eu me pergunto: o que seria do Atlético sem o Diego? Certamente, nós estaríamos lá no rebolo do rebaixamento, brigando para não cair.
Eu até concordo com o Mário Sérgio que há muita pressão sobre o jovem time atleticano. Só que ninguém vaia e xinga de graça. A torcida só cobra porque o time não corresponde às expectativas. Eu sei que o projeto do Atlético não era brigar pelo título. Mas pelo menos dava para fazer uma campanha mais digna. Dava até para pensar em abocanhar uma das tantas vagas para a Libertadores que estão em jogo.
Se não dá mais para pensar em brigar pelo título, que se tente pelo menos uma campanha menos vergonhosa. É o mínimo que podemos exigir: respeito!
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