Silvio Toaldo Júnior

Silvio Toaldo Júnior, 49 anos, é administrador, engenheiro mecânico e sócio furacão desde 2008. Sempre acompanhou o Atlético desde a época de vacas magras no Pinheirão e teve um sonho realizado em 2001 vendo ao vivo e a cores o Furacão ser campeão brasileiro.

 

 

Ao mestre com carinho

11/09/2008


Ele voltou. Sete anos se passaram, mas Geninho finalmente voltou para comandar o time do Atlético Paranaense. Muita água rolou embaixo da ponte, algumas desavenças sempre desmentidas por ambos (pelo próprio Geninho e pelo presidente Petraglia), porém, Geninho, um dos maiores ídolos da torcida atleticana, finalmente está de volta.

Estamos vivendo um momento diferente. Uma mobilização por parte de todos os segmentos atleticanos. Pessoas que estavam afastadas do convívio do clube apareceram novamente, isso tudo indica a vontade de todos em salvar o time da beira do abismo.

Quando penso, falo ou escrevo algo em relação ao Atlético é um sentimento momentâneo. Na hora da alegria, é aquela explosão de prazer, vontade de gritar, incentivar o time. Por exemplo, no jogo do próximo sábado, o Caldeirão vai ferver e todos, sem exceção, vão cantar os 90 minutos, vai ser mais um show da torcida atleticana. Na hora da tristeza, no atual momento em que vivemos, quando as vitórias demoram a aparecer e quando o rebaixamento se aproxima a velocidade da luz penso em jogar a toalha, mas não consigo. A minha relação com o Atlético é muito mais forte que eu possa realmente imaginar. Penso em desistir, mas não consigo. Quando penso que agora vai o Atlético me joga um balde de água fria. Portanto, mesmo desconfiado, não é justo comigo, com meu filho e com toda a nação atleticana eu ficar de fora desta mobilização.

Um dos meus maiores ídolos está de volta. Lembro bem de 2004 quando Geninho aqui esteve com o Vasco da Gama, eu me arrepiei com a recepção que a apaixonada e fanática torcida atleticana fez ao professor, ao homem que nos deu o principal título da nossa história. Ele fez isso sozinho? Todos sabem que não, porém, da sua maneira ele conduziu aquele maravilhoso time ao título. Uma vez eu escrevi que um dos meus maiores sonhos tinha se realizado em 2001 e que se eu morresse a qualquer momento pelo menos levaria comigo aquele momento mágico.

Como toda a torcida atleticana, eu quero mais. Quero ver o time longe do rebaixamento, mais do que isso, quero ver meu time campeão novamente. Quero ver o Atlético forte sempre, ver meu time do coração sempre disputando títulos e brigando entre os grandes do futebol mundial. Quero junto com meu filho comemorar pelo menos mais um título nacional antes de eu partir desta para a melhor.

Isso é possível? Sim. É mais que possível. O que importa agora é que jogadores e comissão técnica entrem de cabeça e planejem jogo a jogo até o final do Brasileiro. A primeira batalha começa contra a Portuguesa no próximo sábado. De grão em grão a galinha enche o papo e assim será até o dia 07 de dezembro contra o Flamengo. Desde a chegada de Geninho até o final do ano todos, eu disse todos, sem exceção devem voltar as suas atenções para a Arena da Baixada e para o CT do Caju. Essa mobilização servirá para que esses jogadores, sim esses mesmos jogadores que nos enfiaram na lama, tenham uma chance de se redimir e coloquem o Atlético no seu devido lugar.

Para finalizar transcrevo aqui um pequeno trecho da entrevista que Geninho deu ao site oficial do Clube Atlético Paranaense, quando ele acertou a sua volta ao Furacão:

Quando eu fui convidado para voltar agora para o Atlético, não pude me furtar. Acho que a equipe precisa de mim e eu não poderia me acovardar.

Portanto, se ele teve a coragem de voltar, assumir o time nestas condições, por que eu, um simples mortal iria jogar a toalha? Jamais deixarei o meu Atlético na mão.

Ah, antes que alguém me fale que estou tapando o sol com a peneira ou estou tentando jogar toda a sujeira para debaixo do tapete, eu aviso que tenho plena consciência que Geninho pode por a perder toda a sua moral se esse time for rebaixado. Porém, uma vez ídolo, eternamente ídolo. Na primeira ou na segunda divisão, Eugênio Machado Souto, ou simplesmente, Geninho, será ídolo da torcida atleticana.

Boa sorte, professor Geninho! Que os deuses da bola lhe abençoem e que o Rubro-negro, com o seu comando, se livre o quanto antes do inferno.


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