Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Bom astral

10/09/2008


A torcida atleticana resgatou um pouco da esperança na recuperação do Atlético com a chegada do Geninho, o retorno de seis jogadores que estavam no Departamento Médico, reformulação no departamento de futebol com a nomeação do competente Marcos Malucelli para a vice-presidência de futebol e a demissão de Edinho Nazareth. Nada contra este último, mas seu envolvimento como empresário de jogadores e pouca identificação com o clube não justificava sua função como diretor de futebol, portanto sua saída era inevitável com a reformulação realizada na última semana. O advogado Marcos Malucelli não só tem uma história dentro do Atlético, como torce apaixonadamente pelo time, acompanhando o Furacão nos jogos dentro e fora da Arena da Baixada, nas arquibancadas dos estádios que jogamos como visitante.

O retorno de Geninho foi certamente a notícia mais comemorada pelos atleticanos. O seu nome sempre foi unanimidade entre os rubro-negros, por razões óbvias, e a torcida aguardava-o desde sua saída em 2002. A sua contratação tem um forte impacto pelos motivos que descrevi acima, mas também pelo seu estilo de comandar o time. Em poucos dias de trabalho já constatou que o elenco estava cabisbaixo, apático e tenso. Anunciou à imprensa que aos poucos isso está mudando, os jogadores já estão mais soltos, animados e confiantes.

Claro que ainda é cedo, o Atlético não precisa apenas de conversa e bom astral, até mesmo porque o preparo físico é nitidamente ruim (já escrevi sobre isso quando insistíamos com Roberto Fernandes e sua turma) e taticamente o time parece um bando, desorganizado e desorientado em campo, mas já é um começo. Certa vez, ouvi de um diretor do Paraná Clube que na campanha do título do módulo amarelo de 2000, Geninho tinha uma grande qualidade, de agregar o grupo. Sempre que o Paraná jogava sábado e isso era freqüente na segunda divisão, o treinador ia a Santos no domingo e voltava com bastante peixe pra confraternizar com os atletas na segunda-feira. Churrascos, peixadas e outros encontros eram corriqueiros para aquele grupo, como também deve ter sido em 2001 junto ao Atlético.

Geninho é um sujeito boa praça, agregador de grupo e talvez esta seja sua maior qualidade. No atual momento do Atlético, muita coisa está errada, muito deve ser feito, especialmente na parte tática, técnica e física do elenco, mas uma mudança de ares já é um prenúncio de tempos melhores. Agora nos resta confiar na competência do nosso treinador e principalmente na vontade do grupo em reagir, lutar para não deixar o time cair. A nossa parte faremos, com apoio incondicional da arquibancada, especialmente agora que perceberam que precisávamos de notícias positivas e mudanças urgentes no comando do futebol!


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