Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Diálogo

09/09/2008


Pelo diálogo que aprendemos a língua mãe, que nos comunicamos com nossos pais, que expandimos nossos horizontes nesse mundão. Através da fala que aprendemos as primeiras palavras, que nossa bondosa professora nos dá os primeiros fundamentos do ensino e com o diálogo que somos início ao aprender, meio ao usá-lo e fim ao ensiná-lo. Como deve passar a ensinar agora meu amigo Juliano Ribas, que com o nascimento de sua segunda rebenta, tem em Ramona (homenagem à banda norte-americana?) a parceira da bela Sofia, com certeza enchendo ainda mais a casa de alegrias. Parabéns irmão!

Com o diálogo vamos em busca da conquista do nosso primeiro amor. Através do diálogo escapamos de alguma briga no colégio, ou no sentido contrário, falamos impropérios antes do embate. A falta de diálogo traz problemas, acarreta perdas, danos.

Sem diálogo, o pai descobre que o filho que parece no mundo da lua, vive trancado no quarto e pouco se socializa com os demais habitantes da casa já está lhe roubando dinheiro, vendendo dvd´s e até o relógio de estimação do avô para comprar drogas. A mãe que não dialoga com a filha descobre da maneira mais dolorosa que sua princesinha não é mais uma donzela: ela aparece grávida ainda na adolescência de um pai que sequer a família conhece. O diálogo pode não ser a solução para todos os problemas, mas é a ajuda mais válida para encontrar soluções a eles, sem dúvida.

O Atlético de hoje em dia não dialoga. Se por um lado vemos a abertura dada aos sócios, a entrada no clube de um diretor de relacionamentos a quem devoto grande parte do sucesso do Sócio Furacão, visto ser João Souza um sujeito além de competente muito solícito, tivemos o fechamento quase que hermético da administração do clube. O Conselho Deliberativo não delibera há mais de ano, a direção se isolou e hoje em dia, por vezes com razão mas em outras vezes de maneira injusta leva a culpa de tudo que dá errado, mas justamente por ter ficado tanto tempo sem dialogar com outras partes interessadas no crescimento do clube, ex-dirigentes, ex-atletas e até parte da torcida.

O time não dialoga em campo. Isso fica claro quando dois bons jogadores que estavam tão bem entrosados ao lado do jovem Rhodolfo, Antonio Carlos e Danilo discutirem praticamente todo jogo. Reparei mais de uma vez ambos tendo uma conversa ríspida e que em nada acrescenta ao time dentro de campo. Nossos volantes não conversam, não se orientam, não indicam buracos e falhas na cobertura e isso nos custa caro. Não vemos uma comunicação eficaz entre os meias ofensivos e atacantes, resultando num espantoso número de passes errados.

O Atlético, dentro e fora de campo, parece não dialogar. O diálogo é a ponte, é o elo que faz as partes se juntarem e irem para um mesmo destino. Sem diálogo, não há destino!

Precisamos dialogar com o clube. A torcida, os sócios tem que dialogar, olho no olho, cara a cara com os principais responsáveis pelos problemas que vemos hoje no Atlético Paranaense: atletas e comissão técnica. Um papo aberto, franco, onde o torcedor vai mais uma vez mostrar o tamanho do seu amor e a vontade de ver o Furacão livre de qualquer ameaça de rebaixamento, que atualmente é bastante considerável.

Um ou dois membros da Torcida Os Fanáticos, da Ultras, do Movimento Pelo Atlético, da Comissão de Mosaicos, até mesmo aqui da furacao.com. Vamos lá, conversar com o simpático Geninho, com o capitão do time, mais uns 2 ou 3 atletas, quem sabe os experientes e eternamente ídolos Alberto e Kelly, o ex-jogador e símbolo de toda uma geração de atleticanos, o inteligente Paulo Rink. A torcida quer, a torcida se dispõe, a torcida vai mais uma vez fazer tudo que esteja ao seu alcance.

O diálogo pode não ser a solução do problema, mas com certeza será uma ferramenta poderosa na busca de respostas e do objetivo traçado. Conversando a gente se entende, vamos dialogar para levar o Atlético Paranaense ao lugar onde mereça estar, na pior das hipóteses, longe da rabeira da tabela de classificação.

ARREMATE

“Por que? .....Pra que? ....Em que /
Devo acreditar? /
Viver /
Sem armas pra lutar.”
ARMAS PRA LUTAR – Titãs (num tempo em que eram titânicos de verdade)


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