Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Maracaibo ou Macapá

05/09/2008


Ontem, o goleiro do São Paulo Rogério Ceni deu uma entrevista que vem gerando grande repercussão nacional. Irresignado com o empate de seu time com o Atlético-MG, fora de casa, o jogador disparou:

"Como profissional, eu não consigo me ver deixando de jogar em Maracaibo (Venezuela) para jogar em Macapá, por exemplo. Com todo o respeito que a competição merece, eu não queria voltar a disputar a Copa do Brasil. Faz cinco anos que estamos na Libertadores e quero estar de novo"

Rogério mostrou-se muito preocupado com a possibilidade de seu time não disputar a Libertadores em 2009. Por quê? Porque ele sabe que vai continuar no São Paulo na próxima temporada. Sabe que é importante fazer o time alcançar bons resultados neste ano, pois esta é sua casa, e continuará sendo. E tem a hombridade de ficar puto pela possibilidade de não disputar o torneio internacional.

É esta cultura que precisamos resgatar no Atlético. Honestamente, vocês acham que alguém do atual plantel está preocupado se o Furacão disputará a Segundona em 2009? Hein? Na cabecinha deles, tudo que querem é partir pra outra, arranjar um clube no oriente médio ou no leste europeu. E o pior é que o projeto do Atlético para eles é este mesmo: conseguir fechar uma boa venda para engordar o superávit.

E aí o que acontece é que estes caras não vestem a camisa. Tão nem aí. E entramos num ciclo em que contratamos mal, vendemos bem, não usamos o superávit para nada e o futebol vai muito mal, obrigado. O torcedor fica obrigado a ver um amontoado de robôs em campo, que, enquando nós sofremos arritmias cardíacas na arquibancada ou no sofá, eles estão pensando no próximo churrasco de sua panelinha.

Ou o Atlético sai deste ciclo, ou não sei onde vamos parar.

Mudanças na diretoria

Fleury e Petraglia se afastam das decisões envolvendo futebol. Seria de fato uma mudança efetiva, não fosse a designação de Marcos Malucelli para o cargo de Vice-Presidente de Futebol. Com todo o respeito ao colega de profissão, sua experiência está nos autos processuais e não na gestão do time. E mais, Malucelli faz parte do grupo de Petraglia, ou seja, na prática não vejo absolutamente nenhuma mudança.

Aguardo outras novidades...

Geninho

Geninho é o treinador que mora no coração atleticano. Todos temos um carinho por ele que foi, sem dúvidas, um dos melhores técnicos que passaram por aqui. Mas temos que ter a consciência de que não é mágico. Acredito que sua contratação tem importante fator psicológico, motiva o torcedor. Mas se algo não for feito com relação ao time (e há muito a ser feito), infelizmente Geninho acabará tendo sua história no Furacão manchada pelo rebaixamento.



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