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Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
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Os mistérios do Atlético
29/08/2003
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Não posso em momento algum mostrar uma plena satisfação e estar conformado com a campanha do Atlético em 2003, não apenas pela minha adoração ao rubro-negro, mas também por saber que o nosso clube possui condições normais de almejar sempre mais. O que eu posso fazer é apenas aceitar as coisas como elas são, e ter um pouco de paciência para ver meu time brilhar no cenário nacional em 2004. Assim espero, assim todos esperamos, tenho certeza.
O fato é que fiquei muito feliz com a declaração do Presidente Mário Celso Petráglia concedida ao Jornal Gazeta do Povo no dia 28 de agosto quando foi ao ar a seguinte frase: "Estamos pensando neste momento na campanha do Atlético e formação de um novo time para novamente sermos campeões brasileiros." Isto sinceramente me aliviou, e cheguei definitivamente à conclusão de que temos que ser pacientes e confiantes. Não sou totalmente adepto a todas as idéias de MCP, mas em alguns pontos o presidente está nos levando a calmaria e nos ensinando algumas coisas a mais do que o simples mundo do futebol. Bom ou ruim, estamos aprendendo um pouco sobre a outra face da bola, onde empresários e dirigentes atuam de uma forma como jamais imaginamos.
Sou a favor, por exemplo, do término da Arena, embora algumas pessoas tenham distorcido as minhas palavras, acusando-me até de não me importar com nosso templo sagrado. Palavras jogadas ao público são realmente um perigo muito grande, mas volto a dizer que prefiro uma estrela dourada no peito a um estádio completo. Na verdade prefiro os dois, mas quando relembro do tÃtulo de 2001 não consigo abrir mão de tal felicidade. Sei e tenho consciência de que a nossa estrutura é importante, a conclusão da Arena, nosso maior sonho desde a velha e querida baixada é um dos nossos maiores orgulhos e motivos de alegria, mas também tenho convicção que o Atlético possui a capacidade de ampliar seus sonhos, ou seja, de caminhar juntos, o sonho da Arena e um time competitivo. Será que isso é querer demais?
Ainda comentando a matéria do nosso presidente, não concordo em omissão de fatos, como por exemplo, não divulgar valores da venda de Kleberson, ou omitindo opiniões para não tumultuar ou criar situações adversas na mÃdia. O atleticano precisa e possui o direito de estar ciente dos acontecimentos do clube, e não o direito de acesso apenas à queles que forem bater na porta do Atlético para saber como está o andamento disto ou daquilo. As coisas um dia já foram mais transparentes, e o torcedor tinha mais direito, inclusive de opinião.
De qualquer forma, acredito estarmos no caminho certo, mas temo em ter que aguardar mais de uma temporada para ver o Atlético competir novamente. Temo também em ter que engolir uma possÃvel parceria com empresários de fora, alienando nosso maior patrimônio. Sempre fomos auto-suficientes para lutar pelos nossos ideais, e esta caracterÃstica me parece já não mais fazer parte do clube. O problema mais sério é que o atleticano, após a construção da Arena, nunca mais pode presenciar investimentos, e nunca soube de fato o destino da verba de alguns jogadores, como está acontecendo com o dinheiro da venda do Kleberson. É justamente esta a minha maior preocupação, a demora para definir a conclusão da Arena, e por quanto tempo mais iremos ficar esperando investimento em material humano. Ou um, ou outro. A proposta do nosso presidente é a conclusão do nosso estádio. Então quero ver pra crer, se ele falou, tá falado. Enquanto isso, vamos nós cumprindo tabela, uma realidade totalmente diferente da realidade do Atlético de todos os paranaenses.
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