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Marcel Costa
Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.
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Qual seria o adjetivo para definir a atuação do Atlético ontem contra o Goiás? Deprimente, vergonhoso, lamentável, ridÃculo...pensando bem é melhor parar por aqui, pois a quantidade de adjetivos negativos para a triste goleada de ontem certamente é enorme. O Atlético simplesmente não existiu, não entrou em campo no vazio estádio do Serra Dourada e foi presa fácil para um adversário que sequer precisou se esforçar para vencer de goleada. Semelhante ao que ocorreu contra o Atlético de Minas, mas por estar viajando não tive o desprazer de assistir aquela outra vergonha e aquilo que os olhos não vêem o coração não sente, diz o ditado popular. Ontem eu assisti! Pasmo diante de tamanha passividade e fragilidade já penso que somente um milagre nos salvará do rebaixamento.
O time não tem brio, respeito com a camisa atleticana. Qualidade já deixou de ser algo importante, pois o próprio Goiás carece de jogadores talentosos, mas mesmo assim vence algumas partidas e ocupa a nona colocação, distante do grupo de baixo da tabela. Fahel e Anderson Gomes nunca serviram ao Atlético, continuariam não servindo, mas vestem a camisa do Goiás e jogam mais do que jogariam aqui. Qual seria a razão deste fenômeno? Não vejo outra, senão a falta de vontade de vencer ou mesmo de lutar por um resultado melhor, uma reação cada vez mais distante.
Agora teremos dez dias até a importante partida contra a Portuguesa. Uma verdadeira partida de seis pontos como adoram rotular os analistas esportivos. Mas devemos lembrar que não caem somente um ou dois times, quatro serão rebaixados para a Série B de 2009, e não bastará vencer somente a Lusa, como também não serviu vencer o Ipatinga por 5x0. O Atlético precisa de uma seqüência de bons resultados, oito ou nove vitórias nos quatorze jogos que restam no Brasileirão. Na teoria algo possÃvel, mas na prática parece cada dia mais improvável que vejamos nosso querido Atlético vencendo mais do que quatro ou cinco jogos até o final do campeonato e assim sendo a sentença é uma só: queda!
O elenco é este, com retorno de Netinho e Rhodolfo que qualificarão o grupo, mas não poderão ser colocados como salvadores da pátria, pois todos os demais precisam querer vencer também. Chegou a hora da comissão técnica ou da diretoria analisar quem tem este perfil vencedor no grupo, afastar aqueles que não querem mais nada, independente do nome ou da fama que carregam. Quem joga com má vontade, pouca disposição ou sonhando com o dia que jogará no exterior que fique de fora, pois a partir de agora (e já é bem tarde) precisamos filtrar somente aqueles que aspiram salvar o Atlético do rebaixamento e que pensam apenas em vencer para manter o clube na primeira divisão.
Confesso que não consigo imaginar o Atlético na segunda divisão. Existem times piores que o nosso, mas no momento nenhum outro clube é tão descompromissado e desmotivado como o rubro-negro. Não sei se existe uma luz no fim deste túnel, mas se ela existir tentem mantê-la à vista, antes que seja tarde demais para reencontrá-la ou voltar a enxergar um caminho diferente do rumo da Série B.
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